Boa parte dos antipatizantes de Jair Bolsonaro tem sempre uma razão na ponta da língua para não gostar do candidato do PSL. Uns o chamam de racista, outros de misógino. Há quem diga que ele é homofóbico e quem o deteste por fazer a apologia dos governos militares.
Não importa a razão para não se gostar de Bolsonaro. As pessoas o odeiam na mesma proporção em que há os que o idolatram.
O fato é que Bolsonaro não é o protótipo de um cara legal. É agressivo, politicamente incorreto e estourado.
Mas é o caso de se perguntar: o presidente da República precisa ser um cara legal?
Não necessariamente.
Vamos tomar como exemplo o que ocorre nos Estados Unidos. Barack Obama é uma pessoa simpática, divertida e cativante. Já Donald Trump é egocêntrico, antipático e hostil.
A gestão de Obama, do ponto de vista econômico, foi um desastre. Nos oito anos de governo democrata, aceitou-se a recessão de modo estoico e nada de prático foi feito para estimular a economia. Trump, em pouco tempo, reduziu impostos e estimulou a atividade econômica. Além disso, encontrou-se com o ditador Kim Jong Un e começou a costurar um acordo de paz entre as Coreias.
Obama é um cara legal. Trump, não. Mas, se continuar assim, o atual presidente dos Estados Unidos será lembrado como aquele que tirou o país da recessão – enquanto Obama será uma espécie de Jimmy Carter, o democrata que passou seu mandato apenas observando a economia americana ser corroída pela estagnação.
Bolsonaro pode ser um Trump? Pode. Mas isso vai depender muito mais de seu economista-chefe, Paulo Guedes, do que dele mesmo – ao contrário do mandatário americano, que é protagonista único em seu governo.