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Bolsonaro é mesmo um risco à democracia? Especialistas respondem

As últimas pesquisas de intenções de votos à Presidência mostram Jair Bolsonaro (PSL) na liderança, com 28%, o que lhe dá grandes chances de chegar ao segundo turno. Junto com o crescimento das intenções de votos, cresce a rejeição. Não são poucos os eleitores que acreditam que, uma vez no poder, Bolsonaro pode fechar o Congresso e implantar uma ditadura.

MONEY REPORT ouviu seis cientistas políticos para saber a opinião deles. Afinal, Bolsonaro oferece um risco à democracia? Leia as respostas:

Marco Antônio Teixeira, cientista político, Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ)

Falta a Jair Bolsonaro uma certa experiência, que passaria segurança sobre sua capacidade de negociação. Governar é negociar com o Congresso. A sociedade é muito mais complexa do que ele pensa e ele terá que governar para todos. No meu ponto de vista, essa é a maior incerteza de um governo Bolsonaro. Suas declarações controversas, quando se referem às minorias, por exemplo, atrapalham mais a sua candidatura, pois podem aumentar sua rejeição.

Jorge Zaverucha, cientista político, Universidade Federal do Pernambuco (UFPE)

Primeiro, é preciso explicar que a democracia brasileira vem sendo avacalhada pelos partidos políticos dos últimos anos. Esse é o motivo da existência da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). Se tivéssemos uma democracia que respondesse aos anseios da população, que as instituições fossem respeitadas, Bolsonaro continuaria sendo um deputado do baixo-clero, como sempre foi. Me surpreende essa história de que agora a democracia está sendo ameaçada. A democracia vem sendo ameaçada há décadas. Sendo assim, vejo Jair Bolsonaro como consequência de tudo isso e não como um risco à democracia. Há um certo exagero sobre Bolsonaro por parte de alguns críticos.

Marcos Costa Lima, cientista político, professor da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE)

Penso que, se tivéssemos uma justiça correta, a candidatura de Jair Bolsonaro poderia até ser impugnada, diante de tantas declarações que ele e seu vice (general Mourão, vice na chapa com Bolsonaro) vêm fazendo. Assusta que uma parte da população brasileira declare voto a uma figura tão perturbada, que até mesmo defende a tortura na ditadura militar. Isso é um grande risco à democracia, um retrocesso que o Brasil não merece.

David Fleischer, cientista político, Universidade de Brasília (UNB)

Tem circulado essa ideia de perigo à democracia. Mas é importante lembrar que, se eleito, Jair Bolsonaro (PSL) terá que governar com o Congresso e com os tribunais. Sendo assim, não poderá fazer muita coisa por decreto. Claro, ele precisa moderar bastante suas propostas e atitudes, isso assusta muita gente, mas não sei se representa de fato um perigo à democracia. Penso que esse perfil dele, autoritário, é uma apelação para ganhar votos de gente que pensa como ele. A legislação brasileira é forte o suficiente para barrar possíveis impasses ou retrocessos.

Carlos Pereira, cientista político, Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ)

Um governo Bolsonaro traria riscos de crise política, de falta de governabilidade em sua relação com o Congresso Nacional e uma dificuldade grande em gerenciar sua coalizão. O governo dele seria conservador, militarista, de direita, mas penso que dentro do jogo democrático, devido às instituições políticas consolidadas no Brasil. Gosto de ressaltar que isso é diferente de uma crise institucional, que traz riscos à democracia. Sendo assim, não vejo razões para acreditar que um governo fruto de um processo democrático venha atentar contra essas instituições. E caso ele tente, as instituições do país são fortes o suficiente para barrá-lo.

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