Durante o encontro do Mercosul que marca a passagem da presidência do bloco da Argentina ao Brasil, nesta quinta-feira (8), os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández (ambos na imagem) demonstraram suas visões divergentes sobre como devem ser conduzidas os pontos impasses entre os países. Houve troca de farpas e críticas nos discursos transmitidos por ambos.
Bolsonaro deixou clara a prioridade que sua gestão dá à reforma e modernização do Mercosul, que tem apoio. Em abril desse ano, o Uruguai propôs mudar as regras e defendeu que os membros possam negociar sozinhos com países não-membros. Argentina e Paraguai são contrários. Pelas regras atuais, os acordos bilaterais precisam ser aprovados por consenso entre os fundadores: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Outro ponto é a redução da tarifa externa comum (TEC), cobrada entre os integrantes do bloco para importações.
Fernández pediu parcimônia quanto às parcerias comerciais fora do Mercosul, diante da necessidade de fortalecimento das economias regionais. Bolsonaro afirmou: “O semestre que se encerrou deixou de corresponder às expectativas e necessidades do Mercosul. Devíamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que mais mobilizam nossos esforços recentes: a revisão da tarifa externa comum e adoção de flexibilidades de negociações comerciais com parceiros exteriores”.