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“Assembleia de São Paulo vive numa ilha de fantasia”, diz tucano

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que eleva o teto do piso salarial do funcionalismo público, deve gerar um impacto de quase R$ 1 bilhão aos cofres públicos. De autoria do deputado Campos Machado (PTB), a PEC nº5 recebeu 67 votos favoráveis e 4 contrários e equipara o salário dos servidores ao piso dos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (R$ 30,4 mil). O deputado Pedro Tobias, presidente estadual do PSDB, que votou contra, move ação para reverter a emenda constitucional. Leia os principais trechos da entrevista de Tobias a MONEY REPORT.

 

A PEC nº5 trará um impacto de R$ 909,6 milhões aos cofres do estado no momento em que o país passa por forte restrição fiscal e está saindo de uma crise econômica. O que justifica isso?

A Alesp vive numa ilha de fantasia. Os deputados não enxergam o que está acontecendo no país, com milhões de desempregados. Mas vejo que isso é uma ação para privilegiar categorias que se dá justo agora que é época de eleição. Não é de hoje que os fiscais do estado, uma das classes beneficiadas pelo aumento dos salários, estão batendo na porta da Assembleia pedindo o aumento.

 

O governador Márcio França não pressionou sua base na Alesp para evitar a aprovação da PEC. Quais os interesses por trás disso?

Estranhei a posição do governador. Me parece um acordo entre ele e o deputado Campos Machado (autor da proposta).

 

Que acordo?

O deputado Campos Machado declara apoio à candidatura de França ao governo como condição para a aprovação da PEC.

 

Qual será a estratégia do PSDB a partir de agora?

O partido está entrando com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra essa PEC. No momento, estou nas tratativas com os advogados, no processo de elaboração.

 

Treze deputados do PSDB votaram a favor. Não soa contraditório o partido mover ação para reverter a emenda?

A aprovação dessa PEC me envergonha. Ninguém escuta o partido hoje. Deputado acha que pelo fato de ter sido eleito pode fazer o que quer. O PSDB está dividido na Alesp. Nessa votação, ficou evidente a distância entre o interesse partidário e o interesse dos deputados.

 

Deputados de partidos de esquerda votaram em peso pela aprovação da PEC. Eles sofreram pressão dos sindicatos ou dos ficais do estado?

Foi pressão, sem dúvida. Deputado não aguenta pressão em época de eleição. Isso é fato. Penso que é um cálculo errado da parte de alguns, pois a sociedade está de olho nisso. Esse aumento de salários ‘mata’ qualquer parlamentar que quiser se reeleger. Essa PEC privilegia a elite da elite.

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