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Amarga folia para os desabrigados

MONEY REPORT escolheu como Imagem da Semana a presença na Sapucaí do prefeito de Maceió (AL), João Henrique Caldas (MDB), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). A folia momesca soou como um tapa na cara das vítimas do colapso da mina de sal-gema da Braskem, ocorrido em dezembro, na capital alagoana. Classificado como o maior desastre ambiental envolvendo mineração urbana do mundo, o acidente evitável provocou o afundamento do solo em cinco bairros da cidade, obrigando milhares de famílias a abandonar suas casas. Boa parte delas pede na Justiça uma indenização justa da mineradora, que por sua vez selou um acordo com a prefeitura.

Enquanto os atingidos aguardam, Caldas destinou R$ 8 milhões em patrocínio ao desfile da Beija-Flor de Nilópolis. Maceió já empenhou para a agremiação quatro parcelas de R$ 1,6 milhão, somando R$ 6,4 milhões. O contrato, segundo a administração municipal, visava “promover a cidade” na “vitrine” do carnaval carioca. Ilegal pode até não ser, mas sobra falta de decoro e sensibilidade pública para com os moradores afetados. E para piorar, houve o caloroso encontro de Lira e Caldas com o bicheiro Anísio Abraão Davi (abaixo), patrono da escola de samba. Detalhe: o presidente da Câmara viajou ao Rio e deu uma esticada a Salvador e Campinas (SP) a bordo de aviões da FAB.

Arthur Lira cumprimenta o bicheiro Anísio Abraão Davi, presidente da Beija-Flor

A utilização das aeronaves foi justificada por questões de segurança. Lira informou que viajaria com 8 pessoas entre 9 a 11 de fevereiro. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou a atitude de desumana, que “merece nota zero em todos os quesitos”.

Passada a folia, Caldas e Lira enfrentarão a ressaca da CPI da Braskem, a ser instalada neste mês no Senado para investigar a tragédia. Sugerida por Calheiros e presidida por Omar Aziz (PSD-AM), a comissão promete apurar as responsabilidades.

A expectativa é que as primeiras convocadas a depor sejam as vítimas e os executivos da Braskem. A mineradora operou na extração de sal-gema na capital alagoana por mais de 30 anos, encerrando suas atividades em 2019, após o colapso de 35 minas. Os primeiros sinais da tragédia surgiram em 2018, com tremores que abriram crateras nas ruas e racharam paredes de edificações.

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