Estudo revela crescimento do consumo de vinho brasileiro entre novos perfis de consumidores e reforça potencial competitivo do produto, apesar dos desafios com preço e tributação
Na semana em que o Brasil celebra o Dia do Vinho Brasileiro, uma pesquisa traz dados animadores. Realizado pelo Instituto MDA Pesquisa, o levantamento foi promovido por meio de um convênio entre o Instituto Consevitis-RS e o Sebrae Nacional. O estudo mostra que os vinhos nacionais ganham espaço no cotidiano, especialmente entre jovens de 18 a 24 anos, mulheres, pessoas com maior escolaridade e renda, e moradores das regiões Sul e Sudeste. Ou seja, o consumidor típico é mulher jovem de nível universitário, de classe média residente no eixo Sul-Sudeste.
Entre os 1.709 entrevistados, todos consumidores de bebidas alcoólicas, 70% afirmaram ter bebido vinho brasileiro nos últimos seis meses, com 66% comprando o produto. Realizada entre 28 de janeiro e 6 de fevereiro de 2025, a pesquisa aponta uma mudança importante no perfil de consumo que sinaliza uma ampliação do público fiel.
“O vinho brasileiro está cada vez mais presente na mesa das famílias e em momentos de celebração, lazer e bem-estar”, destacou Luciano Rebellatto, presidente do Consevitis-RS. Para ele, os dados confirmam o potencial competitivo e a identidade cultural do produto.
O estudo também indica que 52% dos consumidores degustam a bebida semanalmente ou até diariamente. Além disso, 57% fazem aquisições mensais, com preferência por rótulos na faixa de R$ 30 a R$ 70, o que demonstra a acessibilidade e o potencial do vinho brasileiro nos segmentos de preço médio.
Entre os tipos de vinho, o tinto é o favorito (80%), com predominância dos suaves (63%) entre mulheres jovens e dos secos (49%) entre homens com maior escolaridade e renda. Os principais momentos de consumo são ocasiões de relaxamento (45%), refeições em casa (41%), datas comemorativas (38%) e encontros sociais (30%).
Na hora da compra, fatores como preço, tipo de uva, recomendação de amigos e origem influenciam as decisões. Os supermercados lideram como principal canal de venda (89%), seguidos por empórios e plataformas digitais.
Apesar dos avanços, o preço ainda é percebido como uma barreira por 52%. Rebellatto ressalta que a alta carga tributária sobre o vinho é um dos principais entraves para o crescimento do setor. “Essa é uma pauta prioritária para o Consevitis-RS, que tem atuado em busca de um ambiente mais justo para a vitivinicultura brasileira”, afirmou.
A divulgação coincide com as ações que marcam o Dia do Vinho Brasileiro, em 1º de junho.
Com a diversidade, qualidade e identidade do vinho nacional sendo cada vez mais reconhecidas, o setor projeta crescimento contínuo. “Essa pesquisa nos dá ainda mais confiança para seguir investindo em promoção, qualificação e aproximação com os consumidores”, conclui Rebellatto.