Operadora concessionária das linhas de trens urbanos do Rio de Janeiro, a SuperVia ajuizou seu pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio.A intenção da empresa é “preservar a prestação de serviço aos milhares de passageiros de trens da Região Metropolitana do Rio e iniciar um novo ciclo de negociação junto aos credores e ao Poder Concedente” para superar a crise financeira que enfrenta por causa, principalmente, da pandemia.
A perda financeira acumulada desde março de 2020 é de R$ 474 milhões, por conta da redução de 102 milhões de passageiros, contabilizados até a última quarta-feira (2). “Antes da pandemia, a concessionária transportava 600 mil passageiros/dia; atualmente, o fluxo diário se estabilizou em 300 mil passageiros/dia. Com o agravamento da pandemia e da crise econômica e social do Rio de Janeiro, a recuperação total do fluxo de passageiros está prevista apenas para 2023”, informou a empresa em comunicado.
A SuperVia diz que as dívidas somam R$ 1,2 bilhão, devido ao custo acumulado da operação deficitária. Acrescentou que a Agência Reguladora dos Transportes do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) determinou que o governo do estado repasse R$ 216 milhões para a empresa. O sistema de transporte de passageiros do Rio de Janeiro não conta com subsídio do governo.
Porém, a ajuda não deve chegar tão facilmente. A Secretaria de Estado de Transportes informou que, por causa do Regime de Recuperação Fiscal [do governo], “o estado está impossibilitado de realizar novos gastos, mesmo de caráter temporário”.
A Agetransp informou que seu grupo técnico está analisando o impacto da recuperação no contrato de concessão da SuperVia. A SuperVia opera o serviço de trens urbanos na região metropolitana do Rio, incluindo os municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Queimados, São João de Meriti, Belford Roxo, Japeri, Magé, Paracambi e Guapimirim, além da capital, com uma malha ferroviária de 270 quilômetros em cinco ramais, três extensões e 104 estações.
(Com Agência Brasil)