Plano bilionário surge após flexibilização de tarifas sobre chips e eletrônicos pelo governo Trump
A Nvidia anunciou nesta segunda-feira (14) um ambicioso plano de investir US$ 500 bilhões em infraestrutura para inteligência artificial (IA) nos Estados Unidos nos próximos quatro anos. O montante envolve recursos próprios e de parceiros e marca uma nova fase de expansão da gigante dos chips no território americano.
O anúncio foi feito poucos dias após o governo Trump flexibilizar temporariamente tarifas sobre a importação de chips, computadores e celulares — medida interpretada como um sinal positivo para o setor de tecnologia.
A empresa, sediada em Santa Clara, Califórnia, informou que a produção de seu chip mais avançado, o Blackwell, já começou na nova unidade da TSMC, em Phoenix, Arizona. Além disso, fábricas de supercomputadores estão sendo construídas no Texas, em parceria com as taiwanesas Foxconn e Wistron. As etapas de encapsulamento e testagem dos chips ficarão a cargo das empresas Amkore e Siliconware, também no Arizona.
De acordo com Jensen Huang, CEO da Nvidia, a produção em larga escala deverá começar entre 12 e 15 meses. “Ampliar a indústria nos Estados Unidos nos ajuda a atender melhor à crescente demanda por chips de IA e supercomputadores, fortalece nossa cadeia de suprimentos e aumenta nossa resiliência”, afirmou em nota.
Segundo a Nvidia, será a primeira vez que supercomputadores de IA serão produzidos dentro do território americano — feito destacado pelo presidente Donald Trump em sua conta no Truth Social.
O mercado reagiu positivamente: as ações da Nvidia subiram até 3% nesta segunda-feira, cotadas a US$ 114,29 em Nova York. Ainda assim, os papéis acumulam queda de 17% em 2025, refletindo a recente onda de vendas no setor de tecnologia.
A indústria eletrônica global, especialmente fabricantes de chips, enfrenta incertezas diante das recentes mudanças tarifárias promovidas pelo governo dos EUA. No último fim de semana, Trump voltou a defender a imposição de tarifas sobre celulares e computadores, afirmando que a isenção temporária anunciada na sexta-feira é apenas parte de uma reformulação mais ampla da política comercial americana.
Desde sua eleição, diversas empresas, como Apple e Eli Lilly, têm anunciado planos de expansão industrial nos EUA. Grande parte desses investimentos, porém, já estava em andamento antes do pleito ou segue tendências anteriores do setor.
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