Saída de Lars Fruergaard Jorgensen ocorre após queda de 53% nas ações e perda de espaço para a Eli Lilly no mercado de obesidade

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk anunciou nesta sexta-feira (16) a saída de Lars Fruergaard Jorgensen do cargo de CEO, após uma queda de 53% no valor de suas ações em 12 meses e o fortalecimento da concorrente americana Eli Lilly no mercado de medicamentos para obesidade. A mudança marca uma das transições de liderança mais impactantes da indústria farmacêutica europeia em anos.

A decisão, segundo comunicado oficial, foi tomada em comum acordo entre Jorgensen, o conselho da empresa e a Fundação Novo Nordisk, que controla a farmacêutica. A organização justificou a medida pela necessidade de renovar a liderança diante dos desafios enfrentados recentemente.

O executivo seguirá temporariamente no cargo para garantir uma transição suave, enquanto a empresa busca um novo CEO.

A Novo Nordisk foi pioneira no segmento com os medicamentos Wegovy e Ozempic, mas perdeu espaço para os rivais Zepbound e Mounjaro, da Eli Lilly. A concorrência direta no setor de emagrecimento e o desempenho inferior em testes de novos medicamentos contribuíram para o recuo nas ações e na confiança dos investidores.

Apesar da turbulência recente, Jorgensen liderou a empresa durante um período de forte valorização: desde que assumiu, em 2017, o valor de mercado da Novo Nordisk mais do que triplicou.

A Fundação Novo Nordisk, considerada a entidade filantrópica mais rica do mundo, com ativos de mais de US$ 150 bilhões, teria iniciado conversas com o conselho para acelerar a transição.

As ações da Novo caíram cerca de 4% após o anúncio. Já os papéis da Eli Lilly subiram 1,4% no pré-mercado em Nova York.