Passivo ambiental até há pouco sem alternativa de reaproveitamento será transformado pela primeira vez o Brasil em insumo industrial que gerará, no mínimo, 270 toneladas anuais
Em parceria com a Antares, empresa de reciclagem e regeneração de insumos, a Hyundai Brasil desenvolve um projeto que reaproveitará resíduos de borra de fosfato gerados na indústria automotiva. O resíduo era considerado um passivo ambiental sem alternativas viáveis de reaproveitamento. Se o trabalho se mostrar viável de fato, esse material será transformado em matéria-prima para fertilizantes, algo inédito no Brasil.
“Criamos um processo seguro, eficiente e escalável que permite reciclar e os principais elementos presentes na borra de fosfato, como fósforo e zinco para reaproveitá-los como insumo agrícola. O resultado é um produto que reduz a dependência de fontes não-renováveis e fecha um ciclo de economia circular, com resíduos deixando de serem um problema e para virar solução”, explica Ricardo Martins, vice-presidente da Hyundai Motor Brasil.
A borra de fosfato é um resíduo gerado no processo de fosfatização de superfícies metálicas, principalmente em indústrias que utilizam pintura em metais, aumentando a aderência da tinta e protegendo o veículo contra a corrosão. Além da geração de novas destinações aos resíduos pelo reaproveitamento, o processo atenua riscos de contaminação do solo e da água – e diminui substancialmente as emissões de gases de efeito estufa decorrentes da produção de fertilizantes. “Trata-se de um exemplo concreto de como a colaboração entre empresas gera impacto positivo em larga escala” complementa Martins.
Adicionalmente aos benefícios ambientais, aparecem os ganhos econômicos. Para a Hyundai haverá uma redução nos custos de gerenciamento de resíduos. É estimada a produção anual mínima de 270 toneladas de fertilizantes a partir dos resíduos coletados na fábrica em Piracicaba, no interior de São Paulo.