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Falta de regulação é a raiz da crise da Evergrande

A gigante imobiliária chinesa Evergrande anunciou na manhã desta quarta-feira (22) um acordo com um credor local para evitar o calote (default) no pagamento de juros de um título estimado em 232 milhões de yuanes (US$ 35,9 milhões). Na quinta-feira (23), vence outro compromisso de valor ainda não revelado. Com uma dívida acumulada superior a US$ 300 bilhões, a situação alavancada da companhia espalha temor nos investidores na China, com consequências nos mercados exteriores.

MONEY REPORT conversou na noite desta terça-feira (21) com Sérgio Quadros, professor de pós em política internacional da Unisinos (RS). Conhecedor do setor financeiro chinês, onde atuou por anos, ele afirmou que a situação da Evergrande é preocupante pelo tamanho das dívidas envolvidas e compõe um cenário complexo que carecia de alguma regulação, mas não será capaz de gerar uma crise como a de subprime, criada em 2008 pela explosão da bolha imobiliária americana.

Na opinião de Quadros, não haverá calote, pois Pequim poderá intervir sem maiores discussões – afinal, se trata de uma ditadura de partido único. “A empresa até poderá ser fracionada e dissolvida, com as perdas renegociadas, mas o governo central não vai permitir que os investidores e, principalmente, quem comprou imóveis financiados, fique de mãos vazias”, disse. “Faltava regulação ao setor. Agora estamos diante de um início”, disse, lembrando que algumas grandes incorporadoras chinesas captaram recursos em excesso durante seus processo de expansão pelas províncias do país. O abalo é o sinal que faltaria para os dirigentes estipularem alguns limites.

Em comunicado emitido na terça-feira (21), o presidente da Evergrande, Hui Ka Yuan, garantiu aos funcionários que a companhia “vai sair de seu momento mais obscuro”. Fundada em 1990, a empresa navegou na expansão imobiliária que se espalhou pelo país, atingindo marcas notáveis. São 200 mil funcionários, 3,8 milhões empregos indiretos, canteiros em 280 cidades e 1,4 milhão de imóveis para entregar.

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