Vendas online de alimentos para cães e gatos alcançam R$ 670 milhões em 2024, enquanto petshops tradicionais enfrentam forte retração
O comércio eletrônico do setor pet vive um momento histórico no Brasil. Segundo dados da Kantar Worldpanel, as vendas online de alimentos para cães e gatos movimentaram R$ 670 milhões em 2024, com penetração em 4,5% dos lares brasileiros — o maior índice desde 2020.
O avanço do e-commerce tem pressionado os canais físicos tradicionais. Petshops independentes e casas agrícolas registraram queda de 41% no volume de vendas no último ano. Em contraste, grandes redes com atuação digital consolidada apresentaram crescimento de 3%.
A digitalização do consumo tem impulsionado o segmento: o comércio eletrônico já representa cerca de 5% de todo o alimento vendido para cães no país, um salto de 117% em dois anos. No geral, as vendas de alimentos secos, úmidos e petiscos cresceram 36% em volume, o dobro do registrado no período anterior.
Hoje, 30% dos lares brasileiros já realizam compras de bens de consumo massivo por canais digitais, o maior patamar já registrado pela Kantar. No setor pet, esse comportamento é favorecido por vantagens como descontos por compras recorrentes, frete grátis e condições especiais para compras em maior volume.
“As grandes redes entram na rotina dos consumidores pela via digital e constroem lealdade”, afirma Roberta Forte, diretora de contas da Kantar.
O levantamento também revela mudanças no comportamento dos tutores de animais. Atualmente, 53% dos donos de cães alimentam seus pets exclusivamente com produtos industrializados, enquanto 45% combinam ração com comida caseira. Na prática, quase todos os pets no Brasil consomem alimentos fornecidos pela indústria, o que reforça o papel essencial do setor na rotina doméstica.
Os dados são do Painel de Compras da Kantar Worldpanel, que monitora os hábitos de consumo de 150 milhões de brasileiros.