Financiamento integra processo de recuperação judicial nos EUA e garante fôlego à companhia aérea; valor total pode chegar a US$ 1,6 bilhão
A Azul Linhas Aéreas conseguiu na Justiça dos Estados Unidos a autorização para um financiamento emergencial de até US$ 250 milhões, como parte do processo de recuperação judicial iniciado nesta semana sob o Chapter 11, equivalente à recuperação judicial na legislação brasileira.
A decisão foi emitida na noite de quinta-feira (29) pela Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York, poucas horas após a primeira audiência da empresa. O recurso será utilizado para manter a operação da companhia no curto prazo, cobrir despesas com salários, fornecedores e os custos do próprio processo judicial.
O financiamento concedido segue o modelo DIP (Debtor-in-Possession), instrumento comum em reestruturações nos EUA que garante prioridade de pagamento aos credores envolvidos, superando os demais. A Corte avaliou que a liberação é necessária para evitar “dano imediato e irreparável” à Azul, proteger os ativos da empresa e garantir a continuidade dos serviços.
A autorização emergencial é parte de um pacote mais amplo, que pode chegar a US$ 1,6 bilhão, valor ainda sujeito à aprovação final da Justiça americana. Uma nova audiência foi marcada para o dia 9 de julho.
Segundo a Azul, a meta com o Chapter 11 é eliminar US$ 2 bilhões em dívidas e atrair até US$ 950 milhões em novos aportes de capital. Na petição inicial, a empresa declarou um passivo total de US$ 9,57 bilhões (R$ 54 bilhões). Entre os maiores credores estão o UMB Bank (US$ 354 milhões), o Comando da Aeronáutica (US$ 188,9 milhões), a GE (US$ 141,7 milhões) e a Raízen (US$ 72 milhões).
Além do empréstimo, a Azul solicitou um prazo adicional de 45 dias para apresentar todos os documentos financeiros exigidos pelo tribunal, alegando o grande volume de informações. A prorrogação foi aceita, seguindo precedentes de outros processos semelhantes no setor aéreo.
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