Após comprar a mina Serra Grande da AngloGold Ashanti por US$ 76 milhões, empresa aposta em ganho de escala para atrair investidores e aumentar valor de mercado
A Aura Minerals anunciou, nesta segunda-feira (2), a aquisição da mina de ouro Mineração Serra Grande, localizada em Crixás (GO), por US$ 76 milhões. O ativo pertencia à gigante AngloGold Ashanti. Agora, a mineradora planeja investir até US$ 30 milhões adicionais para ampliar a produtividade do local e gerar valor por meio de ganho de escala.
Segundo o CEO da Aura, Rodrigo Barbosa, o objetivo é elevar a produção e reduzir custos, de forma a tornar a companhia mais atrativa para investidores institucionais. Ele acredita que os impactos positivos começarão a ser sentidos já no segundo semestre de 2026.
“Empresas que produzem entre 200 mil e 300 mil onças de ouro são avaliadas em 50% a 60% do valor teórico. As que ultrapassam 500 mil onças alcançam entre 60% a 80%, e ao atingir 1 milhão de onças, a valorização se aproxima de 100%. Quanto maior for a empresa, mais investidores conseguimos atrair”, explicou Barbosa.
Atualmente, a mina Serra Grande opera com apenas 60% de sua capacidade e produz cerca de 80 mil onças de ouro por ano, menos da metade do pico de 193 mil onças alcançado em 2006. Para a Aura, esse cenário representa uma oportunidade clara de crescimento.
A aquisição se insere na estratégia de crescimento da mineradora, que envolve três frentes: novos projetos, como Almas e Borborema; ampliação da produção em operações já existentes; e fusões e aquisições.
O acordo com a AngloGold prevê, além do pagamento inicial, uma participação futura de 3% sobre os retornos líquidos de fundição da produção relacionada aos recursos minerais já identificados na mina.
Com o fechamento da operação previsto para o fim de 2025, a expectativa é que a compra da Serra Grande fortaleça a posição da Aura entre os principais produtores de ouro nas Américas e melhore sua percepção no mercado de capitais.
Barbosa garantiu ainda que a aquisição não comprometerá a saúde financeira da companhia. No fim do primeiro trimestre de 2025, a relação entre dívida líquida e ebitda estava em 0,9 vez e deverá permanecer sob controle, mesmo com os novos aportes.