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“A burocracia tira o incentivo para empreender”

Aos 26 anos, Eduardo Gallo deixou um emprego estável em uma das maiores empresas da tecnologia do mundo para, junto com outros três sócios, abrir o próprio negócio. Fundada em 1995, a Service IT hoje conta com escritórios em cinco capitais brasileiras, atua ainda na Argentina e no Chile e espera faturar R$ 120 milhões neste ano. Em entrevista a MONEY REPORT, Gallo fala sobre os desafios de empreender no Brasil. Confira:

 

O que as pessoas deveriam levar em conta antes de abrir o próprio negócio?

Muitas vezes as pessoas montam uma empresa pela necessidade de trabalhar. Tem muita gente que se aventura em fazer coisas que não sabe. Já começa por aí a chance de não conseguir sobreviver. Na minha visão, o que vale é o olho no olho. Ligar para o cliente, falar com ele ou estar frente a frente. Assim que os projetos são fechados. Se você não tem essa relação, se você não gasta sola de sapato para bater na porta do cliente, sentar com ele e entender o que ele quer, a chance de sucesso é menor. Quer fazer um negócio crescer, esteja na linha de frente com o objetivo final, que é o cliente. O empreendedor tem que estar ligado diretamente com ele o máximo possível.

Como se explica o fato de muitas empresas fecharem as portas ainda no primeiro ano de atividade?

A falta de planejamento é um dos principais fatores. O empreendedor começa o negócio sem saber o que pretende fazer, sem ter conhecimento do quanto tem no caixa da empresa e até onde é possível investir. Antes de tudo, é preciso fazer uma plano de negócio razoável. Outro ponto é que é impossível empreender no Brasil. Como exemplo, temos filiais na Argentina e no Chile e abrimos um escritório nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos abrimos a empresa em um dia. No dia seguinte eu tinha conta no banco com o nome da empresa. No Chile, o processo demorou três dias. No terceiro dia eu já podia emitir uma nota fiscal. Aqui no Brasil estamos há seis meses tentando fazer uma mudança na Junta Comercial e não conseguimos.

De que forma a burocracia atrapalha o ambiente de negócios no país?

A burocracia e a forma como você tem que contratar e demitir no Brasil serve como falta de incentivo para empreender. Por isso, a reforma tributária é fundamental. Se você perguntar para qualquer empresário, ele vai reclamar que é impossível entender a parte fiscal do Brasil. Existe tanto imposto, tanta confusão, que muita gente desiste.

Dentro disso, qual deveria ser o papel do Estado na economia?

Se o governo simplificasse os impostos e a burocracia para abrir e fechar empresas, que deveria ser o foco, já melhoraria o ambiente de negócios e contribuiria para a expansão da economia. Eu gostaria que o Estado não estivesse envolvido em nada. Quanto menos o governo intervir na economia é melhor. Pode e deve regular, mas não se intrometer, sendo dono de empresas. O governo deveria ter outras prioridades, como oferecer uma linha de crédito para o desenvolvimento de startups.

Qual seria sua recomendação para quem pensa em empreender?

Arregaçar as mangas. Acredito que sempre tem oportunidades para pessoas determinadas. Mas é preciso fazer uma autoanálise para saber se você vai ter comprometimento e determinação para chegar a um objetivo. Além da força de vontade, é necessário ter competência. Escolher uma coisa que saiba fazer bem e conhecer tudo sobre a atividade. Outro ponto vital é se cercar de pessoas capacitadas.

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