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Exame: 7 em cada 10 empresas já avaliam seus funcionários com base em métricas ESG

A agenda ESG das companhias passou a ser conversa de alto escalão. Mais da metade das empresas preveem que a responsabilidade pela definição de métricas sociais, ambientais e de governança passará para os níveis hierárquicos mais altos dentro das companhias em um futuro próximo, segundo pesquisa do Chief Executives for Corporate Purpose (CECP), coalizão internacional de líderes ESG.

No dia a dia dos funcionários, o ESG também não passará despercebido: 70% das empresas já estão integrando critérios para avaliação de desempenho e remuneração, sobretudo para profissionais de nível sênior – e esse será um movimento crescente.

As conclusões são do Global Impact at Scale: Corporate Action on ESG Issues and Social Investments 2020, primeiro levantamento sobre o cenário empresarial global do ESG a ser lançado hoje (25) pelo CECP, grupo fundado em 1999 pelo ator e filantropo Paul Newman e que reúne CEOs de mais de 200 empresas do mundo com mais 21 trilhões de dólares em ativos sob gestão.

A pesquisa contou com a participação de quase 200 empresas de 23 países, que juntas têm receita média de 8 bilhões de dólares, e buscou analisar a influência dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU nas estratégias das empresas e como os critérios ESG farão parte da estratégia de companhias daqui em diante. Segundo o estudo, a grande maioria das empresas (81%) já passaram a priorizar os ODS em seus planejamentos de ações e orientação, um crescimento de 20% em comparação ao cenário de 2019.

Segundo a pesquisa, a estratégia ESG está permeando níveis altos dentro das companhias. Para 59% delas, a discussão passará para níveis mais seniores ainda nos próximos dois anos.

A pressão de investidores por uma maior prestação de informações relacionadas às ações ambientais sociais e de governança também refletiu em um crescimento no número de empresas que prestam contas sobre o tema: 72% das companhias aumentaram a quantidade de relatórios socioambientais quando comparado ao total de 2019.

Pautas prioritárias

As corporações estão respondendo rapidamente a temas sociais de relevância do momento, como diversidade e inclusão, cultura e arte, direitos humanos, estilo de vida saudável e futuro do trabalho. No geral, 70% das empresas viram um aumento ou estabilidade nos recursos alocados a todas essas áreas entre os anos de 2019 e 2020.

Há uma preocupação maior pelos tópicos de futuro do trabalho e estilo de vida saudável, sobretudo devido à pandemia e a necessidade de rápida adptação a um novo modelo de trabalho e a preocupação com a saúde mental da população. Para 61% das empresas, essas são as duas áreas com o maior crescimento no valor de recursos destinados, seguido por diversidade e inclusão (59%).

Cenário brasileiro

Para mapear o cenário brasileiro de investimentos sociais, a ONG Comunitas, parceira da CECP no Brasil, também divulgará os resultados do seu Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC). A pesquisa anual traz informações sobre o cenário de investimento social corporativo no Brasil e as principais tendências do setor.

A pesquisa de 2019 mostrava que investimentos sociais corporativos no Brasil eram destinados majoritariamente a atividades culturais. Naquele ano, os incentivos por meio da Lei Rouanet e da Lei da Cultura totalizaram 290 milhões de reais, mais da metade do total dos incentivos fiscais captados pelas empresas.

Já em 2020, o conjunto de empresas que compõem o BISC representaram juntas mais de um terço de todo o investimento social para combate à covid-19 no país, totalizando 2,5 bilhões de reais.

Por Maria Clara Dias

Publicado originalmente em https://exame.com/invest/esg/7-em-cada-10-empresas-ja-avaliam-seus-funcionarios-com-base-em-metricas-esg-diz-pesquisa/

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