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Superávit comercial do Brasil cai 11,8% em abril, a US$6,142 bi

Por Marcela Ayres e Mateus Maia

BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil registrou superávit comercial de 6,142 bilhões de dólares em abril, queda de 11,8 por cento sobre igual período do ano passando diante da piora nas exportações, mas ainda no segundo melhor resultado histórico para o mês, informou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta quarta-feira.

Em pesquisa da Reuters com analistas, a expectativa era de saldo positivo ligeiramente maior, de 6,3 bilhões de dólares.

Mantendo a toada vista nos meses anteriores, as importações em abril prosseguiram em alta, subindo 10,3 por cento sobre um ano antes, pela média diária, a 13,790 bilhões de dólares.

As exportações, por sua vez, caíram 3,4 por cento na mesma base de comparação, a 19,932 bilhões de dólares.

Nos primeiros quatro meses de 2018, o superávit das trocas comerciais soma 20,090 bilhões de dólares, recuo de 6 por cento sobre igual intervalo de 2017.

No ano, o ministério já havia previsto que a aceleração da atividade iria elevar as importações e reduzir o superávit da balança comercial brasileira ao patamar de 50 bilhões de dólares, ante 67 bilhões de dólares de 2017. [nL1N1OX0TA]

“Como a atividade econômica está mais aquecida este ano, a tendência é que a demanda por bens importados seja maior, então vai haver maior crescimento das importações e isso já é verificado nos primeiros meses do ano”, disse o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do MDIC, Herlon Brandão.

De janeiro a abril, as importações subiram 14,5 por cento, quase o dobro do ritmo exibido pelas exportações, que cresceram 7,7 por cento no período.

Questionado sobre o impacto para o Brasil da escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, Brandão afirmou que não é possível observar ainda algum aumento de demanda pelos produtos brasileiros.

Destacou, em outra frente, que a imposição de barreiras “é negativa para o comércio exterior e para os países como um todo”. Ele lembrou que no caso das sobretaxas norte-americanas para o aço e alumínio brasileiros, a decisão ainda não está valendo e que o governo ainda espera avançar nas negociações.

“Se o Brasil for sobretaxado, o que acreditamos que não seja, poderia ser afetado. O setor já se manifestou que prefere uma cota do que uma sobretaxa. Por enquanto, a exportação brasileira (dos produtos) não foi afetada”, disse.

Após o dólar ter fechado abril com salto de 6,16 por cento sobre o real, Brandão também ponderou que o movimento é recente e que variações pontuais não afetam decisões dos importadores e exportadores. [nL1N1S71KI]

DESTAQUES

Em abril, as importações foram puxadas pela venda de bens de capital, com alta de 36,2 por cento sobre o mesmo mês do ano passado.

Também subiram as importações de bens de consumo (+12,2 por cento), bens intermediários (+6,3 por cento) e combustíveis e lubrificantes (+6,3 por cento).

Na esteira da retomada econômica, as compras externas de bens de capital que mais cresceram foram de insumos para a produção, como veículos de carga, máquinas/aparelhos mecânicos e colheitadeiras de algodão.

Já no caso das exportações, houve recuo em todas as categorias. Os manufaturados caíram mais em abril (-4,0 por cento), seguidos pelos básicos (-2,9 por cento) e semimanufaturados (-2,7 por cento).

(Edição de Iuri Dantas e Patrícia Duarte)

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