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Mundo precisa acordar para os riscos de longo prazo, alerta Fórum Econômico Mundial

Nos últimos 15 anos, o Global Risks Report do Fórum Econômico Mundial tem alertado o mundo para o risco de pandemias. Em 2020, vimos os efeitos de ignorar a preparação e riscos de longo prazo. A pandemia do novo coronavírus não só ceifou a vida a milhões de pessoas, como também aumentou as disparidades digitais, econômicas e de saúde de longa data. Bilhões de cuidadores, trabalhadores e estudantes – em especial as minorias que já se encontravam em desvantagem antes mesmo da pandemia – estão agora em risco de perder o caminho para sociedades novas e mais justas. De acordo com o Global Risks Report 2021, divulgado nesta terça-feira (19), este desenvolvimento pode impedir ainda mais a cooperação global necessária na resposta aos desafios de longo prazo, como a degradação ambiental.

Quando se trata de acesso à tecnologia e habilidades digitais, a lacuna entre “ricos” e “pobres” aumenta, desafiando a coesão social. Isto afetará particularmente os jovens do mundo inteiro, uma vez que este grupo enfrenta, em apenas uma geração, a sua segunda crise global, podendo perder por completo as oportunidades da próxima década.

Pressões financeiras, digitais e reputacionais resultantes da covid-19 também ameaçam deixar para trás muitas empresas e e suas forças de trabalho nos mercados do futuro. Ainda que estas potenciais disparidades possam causar fragmentação social para os Estados, um cenário geopolítico cada vez mais tenso e fragilizado também dificultará a recuperação global, caso as potências de médio porte não tiverem um assento na mesa global.

Mais uma vez, os riscos ambientais lideram por impacto e probabilidade, olhando para a próxima década. Fraturas sociais, incerteza e ansiedade tornarão mais difícil alcançar a coordenação necessária para lidar com a degradação contínua do planeta.

Pela primeira vez, o relatório classifica também os riscos de acordo com o prazo em que os respondentes estimam que estes representam uma ameaça global. Riscos claros e eminentes (0 a 2 anos) revelam preocupação com as vidas humanas e os seus meios de subsistência – entre eles as doenças infecciosas, crises de emprego, desigualdade digital e desilusão juvenil. A médio-prazo (3 a 5 anos), os entrevistados acreditam que o mundo será ameaçado por riscos de repercussão econômica e tecnológica que poderão levar vários anos para se materializar – como explosões da bolha de ativos, o colapso da infraestrutura de tecnologia de informação (TI), instabilidade de preços e crises da dívida. Ameaças existenciais (5 a 10 anos) – armas de destruição em massa, colapso de Estados, perda da biodiversidade e avanços tecnológicos adversos – dominam as preocupações a longo-prazo.

“Em 2020, o risco de uma pandemia global tornou-se uma realidade, algo que este relatório tem destacado desde 2006. Sabemos o quão difícil é para governos, empresas e outros stakeholders abordarem estes riscos de longo-prazo, mas a lição aqui é para todos nós reconhecermos que ignorá-los não os torna menos prováveis de acontecer. À medida que governos, empresas e sociedades começam a emergir da pandemia, eles devem moldar urgentemente novos sistemas econômicos e sociais que melhorem nossa resiliência coletiva e capacidade de responder a choques, reduzindo a desigualdade, melhorando a saúde e protegendo o planeta. Para ajudar a responder a este desafio, o evento que se realiza na próxima semana, The Davos Agenda, irá mobilizar líderes globais para definir os princípios, políticas e parcerias necessárias neste novo contexto,” disse Saadia Zahidi, Managing Director do Fórum Econômico Mundial.

O relatório reflete, ainda, sobre as respostas à covid-19, identificando lições para aumentar a resiliência global. Estas lições incluem a elaboração de abordagens analíticas, incentivando os melhores gestores de risco a construir confiança através de uma comunicação clara e consistente e a criar novas formas de parceria. Os riscos-chave destacados neste relatório são complementados com recomendações para apoiar países, empresas e a comunidade internacional a agir perante os riscos transversais, ao invés de reagir. O relatório termina com uma visão geral dos “riscos fronteiriços” – com nove eventos de elevado impacto e baixa probabilidade elaborados por especialistas em exercícios de previsão – que incluem a reversão geomagnética, guerras acidentais e exploração de interfaces cérebro-máquina.

“A aceleração da transformação digital promete trazer grandes benefícios, como por exemplo, a criação de cerca de 100 milhões de novos postos de trabalho em 2025. Entretanto, a digitalização pode deslocar cerca de 85 milhões de postos de trabalho, e já que 60% dos adultos ainda carecem de competências digitais, o risco está no agravamento das desigualdades existentes,” disse Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group. “O maior risco a longo-prazo continua sendo a incapacidade de agir sobre as mudanças climáticas. Não há vacina contra os riscos climáticos, portanto os planos para a recuperação pós-pandémica devem focar-se no crescimento alinhado com as agendas de sustentabilidade para reconstruir um mundo melhor.”

“As consequências econômicas e sociais da pandemia terão um impacto profundo na forma como as organizações interagem com os seus clientes e colaboradores, mesmo muito depois da implementação de qualquer vacina. À medida que as empresas transformam seus locais de trabalho, novas vulnerabilidades estão surgindo. A rápida digitalização está aumentando exponencialmente as exposições cibernéticas; a disrupção das cadeias de fornecimento está alterando radicalmente os modelos de negócio; e o aumento de questões de saúde mais críticas acompanha os colaboradores na mudança para o trabalho remoto,” afirma Carolina Klint, Risk Management Leader, Continental Europe, da Marsh. “Todas as empresas precisarão fortalecer e revisar constantemente suas estratégias de mitigação de risco se quiserem melhorar sua resiliência a choques futuros.”

“A pandemia em 2020 foi um teste à resistência que abalou as bases econômicas e sociais mundialmente. Reconstruir resiliência para choques sistêmicos exigirá financiamento significativo, cooperação internacional e uma maior coesão social. A resiliência também dependerá do crescimento contínuo da conectividade em todo o mundo, uma vez que sabemos que as economias que se digitalizaram anteriormente tiveram uma melhor performance em 2020,” destacou Lee Hyung-hee, President, Social Value Committee, do SK Group. “Se a implantação contínua de 5G e IA deve emergir como um motor de crescimento, no entanto, devemos construir uma ponte urgente entre as divisões digitais e lidar com os riscos éticos.”

O Global Risks Report 2021 foi desenvolvido com o apoio inestimável do Global Risks Advisory Board do World Economic Forum. Beneficia-se também de uma colaboração contínua com os seus Parceiros Estratégicos Marsh McLennan, SK Group e Zurich Insurance Group e dos seus consultores acadêmicos da Oxford Martin School (University of Oxford), a National University of Singapore e o Wharton Risk Management and Decision Processes Center (University of Pennsylvania).

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