País enfrenta consequências da política de “covid zero”
O lucro industrial da China recuou 8,5% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2021. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (27) pelo NBS (sigla em inglês para Departamento Nacional de Estatísticas) A queda de abril reverte crescimento de 10,6% em março. Na base anual, o lucro industrial teve alta de 3,5% nos 4 primeiros meses do ano –mas, no primeiro trimestre, o aumento havia sido maior: 8,5%.
A China enfrenta as consequências econômicas de lockdowns em cidades como Xangai e Pequim, estabelecidos para conter surtos de covid-19. Zhu Hong, estatística sênior do NBS, disse à agência estatal Xinhua que alguns setores foram afetados de forma significativa pelos bloqueios. Entre eles, o automotivo, que puxou a redução de 6,7% do lucro do setor manufatureiro em abril.
“O desempenho industrial se recuperará gradualmente à medida que o surto da ômicron se estabiliza”, falou. “As fábricas e empresas estão retomando a produção de forma ordenada e as medidas para aliviar os encargos das empresas estão surtindo efeito”, disse.
“Vamos trabalhar duro para desbloquear gargalos nas cadeias industriais e de suprimentos, ajudar as empresas a superar dificuldades e criar condições mais favoráveis para a recuperação contínua do desempenho dos negócios da indústria.”
Obstáculos
O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse a economia do país enfrenta “desafios sombrios”. Segundo o jornal The Washington Post, a declaração foi feita em uma reunião de emergência na quarta feira (25).
O premiê realizou videoconferência com representantes de governos locais. Pediu que os líderes ajudem a estabilizar a economia chinesa para que não haja contração no segundo trimestre. Li citou que diversas organizações internacionais revisaram para baixo as expectativas para o crescimento da China. “Não podemos aceitar isso”, falou.
Segundo ele, a economia chinesa vem enfrentando problemas maiores do que em 2020, começo da pandemia. O primeiro-ministro falou sobre a piora em índices como emprego, produção industrial e geração de energia.
O Partido Comunista da China (PCC) e presidente do país, Xi Jinping, adotaram uma política de “covid zero” durante a pandemia. Com isso, o país determina lockdowns assim que os primeiros casos de covid-19 são confirmados.
A China viveu o seu pico de casos de covid em abril, quando registrou uma média de 21,2 infecções por milhão de habitantes. Moradores de grandes cidades como Xangai e a capital, Pequim, foram obrigados a ficar em casa. Em algumas províncias, até locais que prestam serviços essenciais, como supermercados, foram fechados.
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