Apesar da redução, a média móvel trimestral manteve a tendência de alta, subindo 0,2 ponto
O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou queda de 6,1 pontos em fevereiro, atingindo 110,8 pontos. Apesar da redução, a média móvel trimestral manteve a tendência de alta, subindo 0,2 ponto e alcançando 114,4 pontos.
Segundo a economista Anna Carolina Gouveia, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE), o recuo reflete uma acomodação das altas registradas nos três meses anteriores. “O indicador retorna à faixa dos 110 pontos, com o peso das incertezas externas atenuado diante de medidas comerciais menos extremas adotadas pelo governo Trump. No cenário doméstico, o tema fiscal perdeu relevância após a definição do orçamento para 2025 e os ajustes com o pacote de cortes anunciado no final de 2024. Além disso, a convergência das expectativas para inflação e taxa de juros impulsionou a queda do componente de Expectativas”, explica.
Componente de mídia e expectativas
O componente de Mídia, que capta a frequência de notícias relacionadas à incerteza econômica na imprensa, caiu 3,1 pontos em fevereiro, atingindo 113,6 pontos, contribuindo com 2,7 pontos para a queda do índice geral.
Já o componente de Expectativas, que mede a dispersão das previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas nos próximos 12 meses, registrou uma queda expressiva de 15,8 pontos, chegando a 94,8 pontos – o menor nível desde abril de 2024 (90,8 pontos) –, contribuindo negativamente com 3,4 pontos para o índice agregado.