O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), divulgado nesta quarta-feira (30) pela Fundação Getulio Vargas, caiu 14,5 pontos em setembro de 2020, para 145,8 pontos. Segundo Anna Carolina Gouveia, economista da FGV IBRE, o resultado reflete a constatação pelos agentes de um retorno sólido das atividades e a continuidade do movimento de relaxamento de medidas de isolamento social impostas pela pandemia. “Apesar da melhora no mês, o indicador ainda está 9 pontos acima do nível máximo anterior à pandemia, alcançado em setembro de 2015. O resultado ainda incômodo ocorre sob influência majoritária da crise de saúde e seu impacto sobre a economia, com destaque para a piora da situação fiscal do país”, destacou Anna Carolina. Os dois componentes do IIE-Br caminharam na mesma direção em setembro. O componente de Mídia recuou 13,5 pontos, para 130 pontos, contribuindo negativamente em 11,8 pontos para a queda do indicador geral no mês. Já o componente de Expectativas contribuiu negativamente em 2,7 pontos para o comportamento do IIE-Br, ao recuar 12,6 pontos, para 190,0 pontos. Foi é a primeira vez que o indicador ficou abaixo dos 200 pontos desde o início da pandemia. “Os indicadores setoriais vêm sinalizando que a retomada da economia está acontecendo em etapas, o que ajudou a impulsionar a queda de dois dígitos entre julho e setembro do Componente de Expectativas. Apesar disso, a dispersão das previsões dos especialistas continua extremamente elevada devido principalmente às incertezas em torno da continuidade de recuperação após a retirada dos auxílios e da velocidade de recuperação do setor de serviços, grande demandante de mão de obra”, completou a economista.