Mercado precifica redução de 0,5 ponto percentual da Selic na próxima quarta-feira. Antes do Brasil, Chile deve fazer corte agressivo
Mercado precifica redução de 0,5 ponto percentual da Selic na próxima quarta-feira (2). Antes do Brasil, Chile deve fazer corte agressivo. Semana tem ainda payroll nos EUA, decisão do BOE, PMIs na China e balanço e dividendos da Petrobras. Veja destaques:
Copom inicia corte da Selic
O Copom deve iniciar o ciclo de cortes de juros monetário na quarta-feira. O mercado precifica majoritariamente uma redução de 0,50 ponto percentual, para 13,25%, com o alívio da inflação combinado à melhora do sentimento após o sinal de parada do Fed e melhora do rating do Brasil pela Fitch. Já os economistas estão divididos entre 0,25pp e 0,50pp, em pesquisa da Bloomberg. “Um corte de 0,50pp pode levar a taxa de juros real ex-ante para 8,7% – perto do dobro da taxa neutra que o BC assume em suas projeções e ainda profundamente em território contracionista”, diz Adriana Dupita, da Bloomberg Economics. Agenda semanal ainda traz Focus pré-Copom, produção industrial e balança. De 31 de julho a 10 agosto ocorre o hiato de dealers no Tesouro.
Chile decide juros
O BC do Chile deve cortar sua taxa nesta sexta-feira, tomando a frente no processo de alívio monetário da América Latina. Dezessete de 26 economistas consultados pela Bloomberg esperam corte de 0,75pp, para 10,5%, e os demais estimam redução de 0,50pp ou 1pp. O Chile deve se juntar ao Uruguai na flexibilização de sua política diante da atividade econômica estagnada, desaceleração da inflação e expectativas inflacionárias perto da meta de 3%. O BC da Colômbia deve manter sua taxa na segunda-feira.
Payroll nos EUA, PMIs na China e BOE
O payroll de julho, na próxima sexta-feira, deve mostrar desaceleração, em um desenvolvimento bem-vindo para o Fed, segundo a Bloomberg Economics. Estimativa mediana para o dado é criação de 200.000 vagas, ante 209.000 em junho. As expectativas sobre os juros americanos, no entanto, ainda dependem de outros dados, incluindo os indicadores de emprego JOLTS e ADP. Na China, onde as especulações sobre estímulo não têm sustentado os preços do minério de ferro, serão divulgados PMIs industrial e de serviços, com expectativas de desaceleração. Na quinta-feira, o Banco da Inglaterra deve elevar sua taxa em 0,25pp, para 5,25%.
Balanços da Petrobras e Bradesco
A safra de balanços do 2º trimestre ganha volume nos próximos dias. A Petrobras divulga resultado no dia 3. As ações da estatal caíram mais de 5% ontem, na véspera da reunião do conselho que pode discutir uma nova política de dividendos e de uma possível recompra de ações da companhia, segundo o Valor, que não revela como obteve a informação. Bradesco, Ambev, Tim e CSN também divulgam seus números. A Copel definiu o volume de ações e o calendário da oferta com que pretende pulverizar seu capital.
Congresso de volta
O Congresso volta do recesso informal na próxima terça-feira, com a agenda econômica do governo como prioridade. A reforma tributária e o projeto do Carf aguardam votação no Senado. Já a proposta do arcabouço fiscal foi alterada pelos senadores e precisa ser novamente analisada pela Câmara, o que deve ocorrer no próximo mês, segundo o site da casa. A agenda ainda deve incluir o Orçamento de 2024 e as propostas para aumentar a arrecadação que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu para agosto. Presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi convidado a falar sobre juros no Senado. Data ainda não está confirmada, mas espera-se que seja depois do Copom.
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Da Redação
Publicado originalmente em: bit.ly/3Ox9QJg