Medida assinada por Trump dobra imposto de importação e deve impactar fortemente o Brasil, que exportou US$ 5,3 bilhões em metais aos EUA em 2024
As novas tarifas de 50% sobre aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos começaram a valer nesta quarta-feira (4). A decisão, assinada pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano) na véspera, dobra a alíquota anterior de 25% e deve afetar diretamente as exportações brasileiras.
O Brasil é um dos países mais impactados pela medida. Em 2024, as vendas de aço e alumínio brasileiros aos Estados Unidos somaram US$ 5,29 bilhões, o equivalente a 39,4% das exportações totais desses metais no ano.
O governo norte-americano justifica a medida com base na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial de 1962, que permite ao presidente ajustar importações em caso de ameaça à segurança nacional. Segundo o decreto, “artigos de aço são importados para os Estados Unidos em quantidades e circunstâncias que ameaçam comprometer a segurança nacional”.
A Casa Branca argumenta que a nova tarifa visa proteger a indústria local da concorrência desleal e do “despejo” de metais a preços baixos no mercado americano. A nota oficial afirma que a medida “proporcionará maior apoio aos setores” e evitará que o país fique “incapaz de atender à demanda para defesa nacional e infraestrutura crítica em uma emergência”.
Produtos vindos do Reino Unido terão tratamento diferenciado e permanecerão com a tarifa de 25% até 9 de julho de 2025. A partir dessa data, podem haver mudanças dependendo das negociações bilaterais.
As novas regras se aplicam apenas a itens que contêm aço ou alumínio como componentes, mas que não são inteiramente feitos desses materiais. Os demais produtos continuarão sujeitos às tarifas vigentes para cada categoria. O governo norte-americano também endurecerá as exigências de declaração do teor metálico nas importações. Empresas que fornecerem dados incorretos poderão ser multadas ou proibidas de vender no país.