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Economia independe de pesquisa da semana, diz Levy, ex-Fazenda

“As notícias podem ser assustadoras, mas há muita coisa no setor privado”, afirmou, destacando acreditar que metade do choque da inflação já passou

Em uma apresentação sobre a economia brasileira na abertura do MSA Cimed, nesta sexta-feira (21), em São Paulo, o ex-ministro da Fazenda (2015, com Dilma na Presidência), Joaquim Levy, apresentou um quadro cauteloso, mas com perspectivas animadoras a partir de 2026, indicando inflação, juros e dólar mais baixos. Ele exibiu números e gráficos para a plateia, defendendo que os atuais ajustes são pontuais e necessários diante do rombo fiscal e do cenário internacional em transição. E que o quadro “independe da pesquisa da semana”, em referência ao pessimismo continuado dos Boletins Focus do Banco Central. “O governo só não pode gastar muito”, expressou.

“As notícias podem ser assustadoras, mas há muita coisa no setor privado”, disse o hoje diretor de Estratégia e Relações com Mercados do Banco Safra, destacando acreditar que metade do choque da inflação já passou. Mesmo com os juros mais elevados em 15 anos (13,25% ao ano) e uma inflação que estima ficar em torno 5%, acima da meta, Levy acredita que produto interno brasileiro deve se manter em torno de 2,75% ao ano. “2025 é um ano de nivelamento para não entrarmos em recessão, com algum crescimento em 26 e uma retomada em 27”.

O homem que já ocupou a cadeira que hoje é de Fernando Haddad considera que o cenário fiscal exige “atenção o tempo todo”, mas que o arcabouço não é ficção. E mesmo que o atual governo tente gastar mais – como ocorreu em sua gestão, quando a inflação bateu 10,67% -, haverá resistência no Congresso. Como consequência, a relação dívida e PIB deve continuar em queda, sendo menor que no período que foi de Temer até o início da pandemia, entre 2016 e 2020. Na outra ponta, a iniciativa privada segue contratando, o que melhora a arrecadação e reduz o déficit fiscal.

Para Levy, o que salva são as exportações, que devem deixar em 2025 um superávit de US$ 80 bilhões, mesmo com incertezas nos Estados Unidos e China. Sobre a atual elevação da inflação, ele explicou que boa parte do impacto é decorrente do dólar elevado e do freio dos juros para segurar a inflação, o que “esfria a economia, mas sem recessão”.

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