Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nesta terça-feira (29) pelo IBGE, mostram que a taxa de desemprego no país ficou em 14,3% no trimestre terminado em outubro, um aumento de 0,5 ponto percentual frente ao trimestre encerrado em julho (13,8%) e um avanço de 2,7 pontos percentuais frente ao mesmo trimestre de 2019 (11,6%). O número de desempregados atingiu 14,1 milhões, uma alta de 7,1% (mais 931 mil pessoas) contra os três meses imediatamente anteriores. Já a população ocupada (84,3 milhões de pessoas) subiu 2,8% (mais 2,3 milhões) no período.
“Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Nesse trimestre percebemos uma redução da população fora da força de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho”, destacou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. “Ao longo do ano, acompanhamos a expansão da população fora da força de trabalho, de pessoas se retirando do mercado de trabalho, e nesse momento percebemos o retorno de parcela desses trabalhadores”, acrescentou.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (29,8 milhões) no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) aumentou em 384 mil pessoas ante o trimestre anterior, embora sem variação estatisticamente significativa, e caiu 10,4% (menos 3,4 milhões de pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2019. A analista apontou que a maior parte do aumento no número de ocupados veio do trabalho informal, que soma os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) ou sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família). O número de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 9% em relação ao trimestre anterior e chegou a 9,5 milhões. Já o contingente dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ cresceu em 918 mil no trimestre encerrado em outubro. Com isso, a taxa de informalidade chegou a 38,8% da população ocupada, o que representa 32,7 milhões de trabalhadores informais no país.
A força de trabalho potencial, que inclui pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que possuíam potencial para se transformarem em força de trabalho, caiu 14% (ou 2 milhões de pessoas). Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 54,9% (4,3 milhões de pessoas). Os desalentados, que são um subgrupo de pessoas da força de trabalho potencial, foram estimados em 5,8 milhões, ficando estável frente ao último trimestre. No entanto, ao ser comparado com o mesmo trimestre do ano anterior, o aumento foi de 25%.