É o melhor resultado para o mês desde 2021
Com superávit comercial recorde, as contas externas tiveram saldo positivo de US$ 649 milhões em maio, informou nesta segunda-feira (26), em Brasília, o Banco Central (BC). O resultado é o melhor para meses de maio desde 2021, quando o saldo foi positivo em US$ 1,99 bilhão. No mesmo mês de 2022, houve déficit de US$ 4,63 bilhões nas transações correntes, as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.
A diferença na comparação interanual é resultado, integralmente, da elevação de US$ 6,4 bilhões no superávit comercial no mês. As exportações de bens totalizaram o recorde de US$ 33,3 bilhões em maio, aumento de 11,2% em relação à igual mês de 2022. As importações somaram US$ 23,58 bilhões, queda de 11,3% na comparação com maio de 2022.
Com esses resultados, em maio de 2023, a balança comercial fechou com saldo positivo de US$ 9,719 bilhões, ante saldo positivo de US$ 3,36 bilhões em maio de 2022. É o maior superávit da série histórica, para qualquer mês, iniciada em janeiro de 1995.
Por outro lado, o déficit em renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas) aumentou US$ 1,1 bilhão, o déficit em serviços caiu US$ 290 milhões e o superávit em renda secundária, que são as transferências sem contrapartidas, recuou US$ 309 milhões.
Em 12 meses, encerrados em maio, o déficit em transações correntes é de US$ 48,54 bilhões, 2,45% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 53,82 bilhões (2,73% do PIB) em abril de 2023 e déficit de US$ 51,218 bilhões (2,89% do PIB) no período equivalente terminado em maio de 2022.
Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 12,64 bilhões, contra saldo negativo de US$ 21,09 bilhões de janeiro a maio de 2022.
Investimento direto
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 5,4 bilhões líquidos em maio, aumento de quase 40% em relação ao mês anterior. Em abril, foram registrados US$ 3,312 bilhões.
Para termos de comparação, no mesmo mês de 2022, ingressaram US$ 4 bilhões no Brasil em investimentos diretos.
No mês, houve ingressos líquidos de US$ 4,9 bilhões em participação no capital e de US$ 438 milhões em operações intercompanhias.
Os investimentos acumulados no período de 12 meses totalizam US$ 83,4 bilhões, o equivalente a 4,21% do produto interno bruto (PIB) em maio. Em abril, o acumulado era de US$ 82 bilhões (4,16% do PIB).
Já os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$ 4 bilhões em maio deste ano, sendo US$ 1,8 bilhão em ações e fundos de investimento e US$ 2,2 bilhões em títulos de dívida.
Nos 12 meses encerrados em maio, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 9,8 bilhões.
Reservas internacionais
Com isso, as reservas internacionais chegaram s US$ 343,5 bilhões em maio de 2023, recuo de US$ 2,2 bilhões em relação ao mês anterior. A redução decorreu, principalmente, das contribuições negativas de variações por preços e por paridades, US$ 2 bilhões e US$ 1,9 bilhão, respetivamente.
Contribuindo para elevar o estoque de reservas internacionais, houve retorno líquido de US$ 1 bilhão em operações de linhas com recompra, e receitas de juros que somaram US$ 635 milhões.