O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado nesta quarta-feira (24) pela Fundação Getulio Vargas, subiu 2,2 pontos em fevereiro, para 78 pontos – em uma escala de zero a 200 potnos. A primeira alta do indicador após quatro meses de perdas consecutivas foi puxada pela melhora tanto da percepção dos consumidores em relação ao momento presente quanto das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 1,4 ponto, para 69,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,7 pontos, para 84,8 pontos.
“O início da campanha de imunização contra a Covid-19 no país e a possibilidade de reedição do auxílio emergencial parecem ter reduzido o desânimo do consumidor em fevereiro. Os níveis de confiança, no entanto, continuam baixos e a sustentação de uma tendência de alta dependerá de fatores como a velocidade da vacinação, da evolução dos números da pandemia no Brasil e, principalmente, da recuperação do mercado de trabalho, algo difícil no primeiro semestre de 2021, considerando-se a grande dificuldade que será novamente enfrentada pelas empresas do setor de serviços, segmento que mais emprega no país”, destacou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens da FGV.
Construção estaciona
O Índice de Confiança da Construção (ICST), também informado pela FGV, caiu 0,5 ponto em fevereiro, para 92,0 pontos. O indicador, que havia superado o patamar pré-pandemia e registrado seu melhor resultado desde 2014 em outubro de 2020, não se sustentou e vem desacelerando desde então. A queda da confiança no mês reflete a piora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento presente e a redução das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 0,5 ponto, ao passar de 90,5 pontos para 90,0 pontos. O Índice de Expectativas (IE-CST) caiu pelo quarto mês consecutivo, passando de 94,6 pontos para 94,1 pontos, um recuo de 0,5 ponto.
“Além das expectativas, a percepção em relação ao ambiente atual dos negócios vem se deteriorando. Vale notar que esse movimento não está relacionado a uma perda de fôlego da demanda, pelo contrário, a sondagem aponta que a preocupação dos empresários com a demanda insuficiente diminuiu nos últimos 12 meses. Por outro lado, o aumento dos preços dos materiais de construção tem limitado a melhora dos negócios, refletindo na confiança do setor”, apontou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.