Indicador da FGV registra queda de 0,1 ponto, refletindo cautela no setor, com destaque para serviços prestados às famílias
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) registrou uma leve queda de 0,1 ponto em fevereiro, alcançando 91,7 pontos, conforme divulgado nesta quinta-feira (27) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado sucede a retração de 2,5 pontos em janeiro. Na média móvel trimestral, o indicador recuou 1,1 ponto, refletindo um cenário de estabilidade relativa, mas ainda de cautela no setor.
A estagnação do ICS resulta de oscilações contrárias e de mesma magnitude nos seus subíndices: o Índice de Situação Atual (ISA-S) subiu 0,4 ponto, chegando a 95,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-S) caiu na mesma proporção, atingindo 88,6 pontos.
Entre os componentes do ISA-S, o indicador de volume de demanda atual cresceu 1,5 ponto, alcançando 96 pontos, enquanto a avaliação sobre a situação atual dos negócios teve um leve recuo de 0,8 ponto, para 94,1 pontos. No IE-S, o indicador de demanda prevista para os próximos três meses registrou alta de 0,7 ponto, chegando a 90,6 pontos, mas a percepção sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses apresentou queda de 1,6 ponto, marcando 86,5 pontos.
Setor de serviços prestados às famílias segue em queda
De acordo com o economista do FGV IBRE, Stéfano Pacini, os dados de fevereiro indicam uma leve melhora na percepção sobre o presente, mas revelam incerteza quanto ao futuro do setor. “Apesar da recuperação parcial dos indicadores, a piora na avaliação da demanda por serviços prestados às famílias mostra a sensibilização desse segmento ao ritmo da inflação e ao poder de compra da população”, explica.
O setor de serviços voltado às famílias atingiu, em fevereiro, o patamar mais baixo desde abril de 2023, com 90,3 pontos. Segundo Pacini, o pessimismo do setor foi impulsionado tanto pelo ISA-S quanto pelo IE-S, especialmente em serviços de alimentação, afetados pela alta nos preços dos alimentos.
“Os empresários demonstram preocupação com o ritmo dos negócios para 2025, diante de um cenário macroeconômico de pressão nos preços dos alimentos, juros elevados e incerteza econômica. Esses fatores podem prolongar a percepção negativa sobre o setor de serviços”, avalia o especialista.
A pesquisa da FGV foi realizada entre os dias 3 e 25 de fevereiro, com a participação de 1.280 empresas do setor de serviços.