O Índice de Confiança da Indústria (ICI), divulgado nesta sexta-feira (26) pela Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), recuou 3,4 pontos em fevereiro, para 107,9 pontos – em uma escala de zero a 200 pontos. Após oito meses de altas consecutivas, essa é a segunda queda seguida, levando ao índice ao menor nível desde setembro de 2020 (106,7 pontos). O resultado negativo foi influenciado por uma diminuição da satisfação dos empresários sobre a situação atual e de uma redução do otimismo em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 1,4 ponto, para 114,9 pontos. O Índice de Expectativas (IE) diminuiu 5,4 pontos, para 100,9 pontos.
“Chama atenção a piora da situação dos negócios das empresas produtoras de bens de consumo não duráveis, que após ter atingido em dezembro o maior nível desde 2010, volta ao patamar inferior ao considerado neutro (100 pontos), e menor desde julho de 2020. Tal insatisfação pode ter sido influenciada pelo período de interrupção dos benefícios emergenciais, afetando a demanda nesse início do ano junto com preços mais elevados das matérias primas”, comentou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens da FGV IBRE.
Pandemia segue em destaque
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) também voltou a cair em fevereiro, 2,3 pontos, para 83,2 pontos. O desempenho foi pressionado pela baixas nas percepções dos empresários sobre o momento e as perspectivas para os rumos dos negócios. O Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu 1,4 ponto, para 78,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE-S), recuou 3,3 pontos, para 88,0 pontos.
“O setor, principalmente no que tange aos serviços prestados às famílias, é o que mais tem sofrido na pandemia. Apesar do início da vacinação, o aumento do número de casos e a velocidade da imunização da população devem determinar o ritmo de recuperação, considerando que isso afeta diretamente na cautela dos consumidores. O caminho é bastante desafiador”, destacou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.