Indicador recuou de 73,4 pontos para 65,8 pontos entre o 1º trimestre e o 2º trimestre de 2023
O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina caiu no 2º trimestre de 2023 influenciado pela piora das avaliações sobre a situação econômica atual. As expectativas melhoraram, mas continuam na zona desfavorável. A falta de confiança na política econômica local continua sendo um dos principais problemas para o crescimento econômico da região segundo os especialistas consultados.
O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou de 73,4 pontos para 65,8 pontos entre o 1º trimestre e o 2º trimestre de 2023. O resultado é explicado pela queda do Indicador que
mede a percepção dos especialistas sobre a situação econômica atual (ISA), que caiu 24,7 pontos entre os dois primeiros trimestres de 2023.
No sentido oposto, o Indicador que mede as expectativas (IE) ganhou 10,2 pontos, subindo a 80,3 pontos, recuperando parte das perdas sofridas no trimestre anterior. Todos os indicadores continuam na zona desfavorável na avaliação do clima econômico.
Na comparação entre os dois primeiros trimestres de 2023, o clima econômico melhorou no Chile, Uruguai e Colômbia. Para todos os outros países foi observada queda do indicador. No caso do Brasil, o indicador passou de 73,5 pontos para 58,8 pontos, um recuo de 14,7 pontos. Na zona favorável de avaliação estão o Uruguai e o Paraguai, embora esse último tenha registrado uma queda de 22,4 pontos no indicador. O ISA piorou em todos os países. A maior queda foi registrada no Brasil, de 42,0 pontos, passando de 70,6 pontos para 28,6 pontos. O ISA do Brasil é o quarto colocado na lista dos mais baixos no 2º trimestre de 2023, depois da Argentina, Chile e Bolívia.
Na zona favorável está apenas o Paraguai, com 130,0 pontos e o Uruguai na zona neutra (100,0 pontos).
O Indicador de Expectativas caiu no Equador (41,6 pontos), na Argentina (41,3 pontos) e no Paraguai (25,0 pontos) e melhorou para os outros países. Ressalta-se o caso do Chile e do Uruguai que
registraram aumentos de 60,0 pontos no IE. O Brasil avançou de 76,5 pontos para 92,9 pontos na comparação entre os dois primeiros trimestres de 2023.
Estão na zona favorável do IE: Paraguai, Uruguai, Peru e Chile. A crise econômica na Argentina se reflete na avaliação dos indicadores. O país registrou o menor ICE (7,0 pontos), o menor ISA (0
ponto) e o menor IE (14,3 pontos) entre os países analisados. Em outra direção destaca-se o caso do Chile. O país registrou a maior variação positiva do ICE e do IE (nesse caso junto com o
Uruguai) e a menor queda do ISA. O país não está numa situação favorável, pois, exceto o IE todos os indicadores são desfavoráveis e o ISA só alcançou 20,0 pontos.
No caso do Brasil, a piora na avaliação da situação atual supera a melhora nas expectativas. Além disso, como o IE está na zona desfavorável, a perspectiva não aponta para um cenário otimista (favorável) do clima econômico.
A piora do clima econômico da América Latina se reflete na revisão para baixo do crescimento do PIB em 2023, que passou de 1,4% para 1,1% entre a Sondagem do 1º e do 2º trimestre de 2023. À exceção da Colômbia e do Chile, as projeções foram de crescimento inferior ao anteriormente esperado para o ano.
A maior diferença ocorreu foi na Argentina, país em que a projeção anterior de crescimento de 1,2% passou a ser de queda de 1,0%. No Brasil, a revisão foi de um crescimento de 1,1% para 1,0%. Observa-se que a melhora relativa das perspectivas para o Chile, de uma queda esperada de 1,8% para uma de 0,3%, coincide com a avaliação dos indicadores de melhora do clima econômico, em especial o das expectativas.