Com volumes até quatro vezes acima da média, precipitações causam inundações, atrasam a colheita e elevam risco de perdas nas safras de soja e milho
Fortes chuvas atingiram o coração agrícola da Argentina nos últimos dias, com volumes de até 400 milímetros — o equivalente a três a quatro vezes o normal para o mês de maio, segundo o meteorologista German Heinzenknecht, da Applied Climatology Consulting. A situação crítica gera preocupação entre produtores rurais, que temem perdas significativas nas safras de soja e milho.
As chuvas se concentraram entre quinta-feira e sábado e se somaram a um histórico recente de precipitação elevada, agravando o risco de inundações severas. “Mesmo com 150 mm, já teríamos inundações. Com 400 mm, o impacto é ainda mais preocupante”, afirmou Heinzenknecht.
As condições do solo encharcado e estradas lamacentas têm atrasado a colheita da safra atual de soja, o que pode levar à proliferação de doenças nas plantas e ao rompimento das vagens, comprometendo a produtividade.
Imagens compartilhadas pela associação de produtores CARBAP mostram campos alagados e estradas rurais intransitáveis. Além da zona rural, áreas urbanas na província de Buenos Aires também foram atingidas, forçando a remoção de moradores de casas inundadas.
🆘 Acompañamos con profundo pesar a todos los afectados por el #temporal y las #inundaciones que golpearon en las últimas horas a la provincia de Buenos Aires. Desde nuestra entidad, junto a @CARBAP_ARG , nos ponemos al servicio de nuestros #productores en la región, para brindar… pic.twitter.com/t0XjLj2Eel
— CRA (@CRAprensa) May 17, 2025
A Argentina é o maior exportador global de óleo e farelo de soja e o terceiro maior exportador de milho, o que reforça o peso das perdas para o mercado global. Antes das chuvas, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires projetava 50 milhões de toneladas métricas para a soja e 49 milhões para o milho nesta safra.