Reinjeção do insumo atingiu maior nível em novembro do ano passado: 51,4% do que foi produzido. Em comparação a 2021, houve alta de 5 p.p.
Metade da produção nacional de gás natural voltou aos poços em 2022, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Foram cerca de 25 bilhões de m3 (metros cúbicos) reinjetados – o que representa 50% da produção anual.
A taxa mensal de reinjeção atingiu o maior patamar da série histórica em novembro: 51,4% da produção. Superou os 50% mais duas vezes: em maio (51%) e outubro (51%).
No Brasil, cerca de 85% do gás natural produzido estão associados ao petróleo. Ou seja, ambos estão presentes nos reservatórios. Para produzir óleo, as empresas têm que extrair gás natural. Restam às petroleiras duas opções: comercializar o gás ou reinjetá-lo.
Alguns motivos justificam a reinjeção de gás:
- alto teor de gás carbônico, cujo tratamento é custoso;
- aumento da produção de petróleo, por meio da injeção de gás natural, gás carbônico, água e outros fluidos visando a aumentar a pressão dos reservatórios;
- falta de infraestrutura de escoamento.
Em países com um perfil similar de produção, as taxas de reinjeção de gás são mais altas. Variam de 20% a 35%. Contudo, o percentual de 50% no Brasil está acima de seus pares. Isso por causa da falta de infraestrutura de escoamento do gás.
Os campos com maior produção do país, Tupi e Búzios, têm também as maiores taxas de reinjeção. Em 2022, a reinjeção mensal de Tupi variou de 42% a 48%. Já Búzios reinjetou de 75% a 86% da produção.