Estimativa de inflação para esse ano diminuiu de 5,8% para 5%
Após o forte crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre, com uma taxa de 1,9%, o Banco Central (BC) aumentou sua previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023, passando de 1,2% para 2%. Essa nova estimativa foi divulgada no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (29).
Embora a previsão mais otimista do BC seja um avanço, ela ainda fica aquém das expectativas do Ministério da Fazenda, que já projeta um crescimento em torno de 2,4% para a economia brasileira este ano. No mês passado, a Secretaria de Política Econômica (SPE) atualizou oficialmente sua estimativa de crescimento do PIB para 1,9% neste ano, em comparação com a projeção anterior de 1,6% em março.
A projeção do Ministério da Fazenda leva em consideração o chamado “carry over”: se não houver variação no PIB nos próximos três trimestres em comparação com o período de janeiro a março, apenas o efeito estatístico de carregamento já levaria o crescimento para cerca de 2,4% este ano, de acordo com cálculos da Fazenda.
De acordo com o Relatório de Inflação do Banco Central, em relação à oferta, após o desempenho positivo do agronegócio no início do ano, a estimativa de expansão da agropecuária foi elevada de 7% para 10%. Já a revisão para a indústria foi de 0,3% para 0,7%. No caso dos serviços, a previsão de crescimento foi ajustada de 1,0% para 1,6%.
Em relação aos componentes da demanda, o relatório alterou a expectativa de crescimento do consumo das famílias de 1,5% para 1,6% e aumentou a previsão de crescimento do consumo do governo de 0,7% para 1%.
Além disso, o relatório indicou que a previsão para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em 2023, que mede o volume de investimento produtivo na economia, passou de zero para uma queda de 1,8%.
No Boletim Focus desta semana, a mediana das projeções para o PIB deste ano é de um crescimento de 2,18%.
Inflação
Para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Banco Central reduziu sua estimativa para 2023, de 5,8%, em março deste ano, para 5% neste mês.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para esse ano é de 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
“Em termos de probabilidades estimadas de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância, destaca-se, no cenário de referência, a redução da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior em 2023, que passou de cerca de 83% no relatório anterior [de março] para 61% neste relatório”, acrescentou o Banco Central.
O mercado financeiro estimou, na semana passada, que a inflação medida pelo IPCA somará 5,06% nesse ano.
Para 2024, a projeção do BC para o IPCA recuou de 3,6%, em março, para 3,4% no documento divulgado hoje. A meta de inflação do próximo ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Já para o ano de 2025, a estimativa de inflação do Banco Central caiu de 3,2% para 3,1%. Para aquele ano, a meta de inflação é de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%.