Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Balança comercial de janeiro tem saldo de US$ 2,2 bi

O volume exportado caiu 4,9% e o importado cresceu 14,6%

As estatísticas do mês de janeiro da balança comercial para as exportações e importações totais registram comportamento similar ao observado em 2024. Na comparação interanual, as exportações recuaram 5,7% e as importações aumentaram 12,2%, em valor. O volume exportado caiu 4,9% e o importado cresceu 14,6%. Os preços exportados recuaram 4,9% e os importados caíram 2%. Com esses resultados, o saldo da balança comercial de janeiro de 2025 foi de US$ 2,2 bilhões, inferior em US$ 4 bilhões registrados no mesmo período de 2024.

A queda nas exportações foi liderada pelas commodities que registraram queda no volume (1,5%) e nos preços (9,5%). As não commodities registraram aumento no volume (1,2%) e nos preços (5,4%). A queda das exportações de commodities está associada ao desempenho da agropecuária e da extrativa. Em termos de volume, a agropecuária registrou um recuo de 16% e nos preços de 0,7%. O principal produto exportado foi o café não torrado, com aumento na quantidade (medido em tonelada) em 9,5% e nos preços de 63,8%. Em seguida, o milho recuou 26,3%, o algodão aumentou em 66,1%, mas a soja teve queda de 64,4%. Todas as variações se referem à quantidade, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, entre os meses de janeiro de 2024 e 2025.

Na extrativa, o volume aumentou 5,4% e os preços recuaram em 18,1%. A quantidade em toneladas do petróleo bruto aumentou em 9,3% e do minério de ferro em 5,9%, mas os preços desses dois produtos recuaram em 16,1% e 26,3%, respectivamente. A queda no volume das commodities foi liderada pela agropecuária e dos preços pela extrativa. A indústria de transformação registrou queda de volume (-0,5%) e aumento nos preços (+2,1%).

O aumento das importações em valor é explicado pelo desempenho da agropecuária (+21,3%), seguido da indústria de transformação (+13,4%). Nos dois casos, houve aumento no volume importado, 21,9% na agropecuária e 15,3% na transformação. O recuo em valor da extrativa está associado à queda nos preços (10,6%).

Os dois principais produtos importados da agropecuária, 42,1% do total das importações do setor, registraram aumento na quantidade em toneladas: trigo (16,8%) e cacau (159,2%), nesse último caso aumento de preços de 94,9%. Na extrativa, os dois principais produtos registraram queda de preços — petróleo bruto (5,7%) e carvão (21,8%) — mas a quantidade aumentou em 8,4% para o petróleo e ficou estável para o carvão. Esses dois produtos explicam 78,5% das importações do setor.

A pauta de importações é diversificada e os cinco principais produtos explicam 22% do total importado. Todos registraram aumento na quantidade importada: óleo combustível (10,7%); adubos (9,05%); máquinas e motores não elétricos (39,3%); partes e peças para veículos (26,3%) e válvulas (28,9%).

A desagregação por categoria de uso na indústria de transformação mostra que o aumento das importações em volume foi liderado pelos bens de capital (22,7%), bens semiduráveis (21,4%) e bens intermediários (16,8%). As outras categorias registraram queda. Na agropecuária, aumentaram as importações de bens de capital (13,8%) e de bens intermediários (14,6%).

A análise da balança comercial por mercado de destino mostra um déficit com a China de US$ 582 milhões, o que pode ser explicado, em parte, pelo efeito sazonal da soja que não começou o embarque. Desde 2009, quando o Brasil passou a ter superávit com a China, a série histórica do mês de janeiro registrou 11 episódios de déficit nesse mês. A variação das exportações de soja entre os meses de janeiro de 2024/2025 foi uma queda de 68,0%. O petróleo, principal produto, recuou 38,0%, enquanto minério de ferro diminuiu 27,0%. Entre os principais produtos, a celulose registrou variação positiva (+53,0%) e a carne (+5,3%).

Outro destaque é o caso da Argentina, com superávit de US$ 326 milhões, impulsionado por um aumento das exportações de 57,9%, em valor, liderado pelo aumento no volume de 72,0%. As vendas de automóveis (+173%, em valor) e partes e peças de automóveis (+25,5%), que somaram 20,2% das exportações para esse país, ajudam a explicar esse resultado. A valorização do peso argentino em relação à moeda brasileira influencia nesse resultado.

Com os Estados Unidos o déficit foi de US$ 230 milhões, com queda no volume exportado. O petróleo, que explica 16% das exportações para esse país, registrou recuo de 31,0%. Os semiacabados de ferro e aço, que serão atingidos se entrar em vigor o imposto de 25% anunciado por Trump, aumentaram 25,6% e o café, 35,5%.

Na União Europeia, o déficit foi de US$ 93,2 milhões, com aumento em valor (28,4%) e volume das exportações (29,4%). São destaques as variações em valor do petróleo (28% das exportações com variação de +61,7%), café (participação de 16% e variação de +92,1%) e a celulose (participação de 5,8% e variação de +60,2%).

No caso das importações, observa-se que aumentam em valor para todos os mercados e a maior variação é registrada na China. Nesse caso em termos de valor (+19,6%) e volume (+25,4%).

(FGV)

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.