Apesar da alta mensal, índice de aluguéis desacelera no acumulado de 12 meses; São Paulo foi a única capital com avanço no período
O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou alta de 0,79% em abril de 2025, revertendo a queda observada no mês anterior. Apesar do avanço pontual, a variação acumulada nos últimos 12 meses desacelerou, passando de 6,55% em março para 5,92% em abril.
Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, a desaceleração é explicada pela base de comparação mais elevada — em abril de 2024, o índice havia subido 1,40%. A conjuntura econômica, marcada por juros altos e crédito restrito, tem reduzido a procura por imóveis financiados e pressionado o mercado de locações.
Entre março e abril, apenas São Paulo apresentou aumento expressivo nos preços de aluguéis, com o índice saltando de -0,29% para 3,60%. Já em Porto Alegre, a queda foi de -5,30% para -0,46%. No Rio de Janeiro, a variação passou de 5,18% para -1,43%, enquanto em Belo Horizonte caiu de 2,69% para -3,34%.
Na comparação interanual, Belo Horizonte registrou a maior alta, com 7,76%, ligeiramente acima dos 7,72% observados em março. Em São Paulo, a variação subiu de 5,05% para 5,45%. No Rio, a taxa caiu de 6,57% para 5,54%, e em Porto Alegre, de 6,77% para 4,17%.
Embora ainda pouco utilizado no mercado, o IVAR reflete com maior precisão as flutuações do setor de locação residencial. Os contratos, no entanto, ainda usam majoritariamente o IGP-M, também da FGV, que em abril acumulou alta de 8,50% em 12 meses — impulsionado por itens que não necessariamente têm ligação com o mercado imobiliário, como alimentos e commodities.
