Negociação em Londres sela trégua na guerra comercial; Trump e Xi Jinping ainda precisam assinar o documento
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (10), em Londres, um novo acordo com a China, após dois dias de negociações intensas. O pacto abrange três pontos centrais: tarifas comerciais, exportação de terras-raras e vistos para estudantes chineses nos EUA.
Segundo Trump, os Estados Unidos voltarão a aplicar uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China, enquanto as mercadorias americanas vendidas ao mercado chinês poderão ser taxadas em até 55%. A composição dessa alíquota inclui uma tarifa universal de 10%, um acréscimo de 20% como sanção pelo suposto descaso da China no combate ao tráfico de fentanil e outros 25% referentes a tarifas do primeiro mandato de Trump.
Durante o auge da guerra comercial entre as duas potências, em abril, os EUA chegaram a impor tarifas de até 145% sobre itens chineses, e a China retaliou com taxas de até 125% sobre produtos americanos. Em maio, ambas as nações haviam acordado, em Genebra, uma trégua temporária com tarifas reduzidas, mas o entendimento acabou se desgastando após acusações mútuas de descumprimento.
Exportação de terras-raras e estudantes
Um dos principais avanços do novo acordo é a promessa de Pequim de retomar o fornecimento regular de terras-raras ao mercado norte-americano. Essenciais para a fabricação de eletrônicos e veículos elétricos, esses minerais haviam sido alvo de controle rigoroso por parte do governo chinês como estratégia de pressão durante a guerra comercial.
Outro ponto sensível superado envolve a permanência de estudantes chineses em solo americano. Trump havia ameaçado revogar os vistos dos cerca de 270 mil estudantes chineses que atualmente vivem nos Estados Unidos. Com o novo acordo, essa medida foi descartada e os estudantes terão garantida a permanência nas instituições de ensino americanas.
Próximos passos
Apesar do anúncio, o acordo ainda precisa ser oficialmente assinado pelos presidentes Donald Trump e Xi Jinping. Não há uma data definida para a formalização.
Mais cedo, o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, que liderou a delegação de seu país nas negociações em Londres, pediu que os EUA respeitem o que chamou de um “acordo duramente conquistado” e evitem interpretações equivocadas que possam comprometer o progresso obtido.
Trump, por sua vez, celebrou os avanços nas negociações e declarou: “A relação está excelente”, em publicação na sua rede Truth Social.