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Entidades divergem sobre decisão do Copom de subir Selic

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirmou que a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 3,5% ao ano pode prejudicar a retomada econômica. Em nota, a Fiesp destacou que há vários indicadores positivos que mostram uma recuperação em curso e setores, como a indústria, que já retomaram o nível de atividade pré-pandemia. A entidade, no entanto, apontou que outros segmentos ainda estão muito vulneráveis, como o de serviços, sobretudo por conta da nova onda de medidas restritivas decretadas em vários estados. “Neste cenário, a subida de juros promovida pelo Banco Central eleva a incerteza e pode intensificar os impactos negativos do fechamento de atividades econômicas, além de prejudicar a retomada do emprego verificada nos últimos meses, observou.

Já a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) considerou acertada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a Selic em 0,75 ponto percentual. A Abrainc avaliou que o movimento mostra o comprometido com o crescimento econômico a longo prazo e com o controle da inflação, além de manter “a atratividade do mercado imobiliário para o investidor e para o consumidor final”. “O volume de financiamentos do setor deve seguir em um ritmo forte, já verificado pelo volume de contratações de crédito imobiliário, que avançou 112% no primeiro trimestre deste ano. Aliado a isso, o investimento em imóvel segue atrativo no atual patamar de juros, o que pode ser demonstrado pelo indicador IGMI (Índice Geral do Mercado Imobilliário), que mostra uma valorização de 8,45% ao ano.”

Roberto Indech, estrategista-chefe da Clear Corretora, avaliou que o comunicado do Copom praticamente não mudou do anterior. “Há preocupações, ainda, com inflação, especialmente curto prazo, mas acreditam que é um choque temporário. A questão fiscal no Brasil, o cenário externo, também pode vir a preocupar a inflação, mas não neste primeiro momento. A pandemia, que, apesar de uma melhora na economia nacional, ainda traz resquícios muito grandes, e portanto, traz incertezas”, comentou.

“Um ponto interessante que chama a atenção é que muita gente vai falar de renda fixa, se volta a ser atrativo ou não. Importante que as pessoas tenham sempre uma carteira diversificada, balanceada, e isso independe se os juros estão em 10% ou em 2%. É claro que se pode ter uma maior atratividade na bolsa de valores com juros em 2%, mas com juros sustentável, não da forma como foi, por conta desse cenário fiscal aqui no Brasil. Mesma coisa vale para o mercado de renda variável, que acredito que também terá boas oportunidades, com os juros em 2% ou com Selic a 4,25% ao ano, como é projetado na próxima reunião”, completou.

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