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Após retração no 1º tri, Bradesco reforça previsão de alta no crédito em 2018

SÃO PAULO (Reuters) – Executivos do Bradesco defenderam nesta quinta-feira que o banco ainda pode conseguir um crescimento de 3 a 7 por cento de sua carteira de crédito em 2018, mesmo após retração no primeiro trimestre.

“Temos muito, muito apetite para crescer nossa carteira”, disse o presidente-executivo, Octavio de Lazari, durante teleconferência com jornalistas.

Na apresentação de resultados, o Bradesco divulgou que a geração média de novos créditos pelo banco de janeiro a março foi mais de 30 por cento maior do que em igual etapa de 2017.

Segundo Lazari, essa reversão deve ser liderada por maiores empréstimos para pessoas físicas e para pequenas e médias empresas.

No fim de março, a carteira de crédito expandida do Bradesco atingiu 486,645 bilhões, queda de 3,2 por cento em 12 meses e de 1,3 por cento na base sequencial.

Após um breve repique no fim de 2017, o estoque de crédito do Bradesco voltou a encolher neste começo de ano, retomando tendência que vinha se desenhando há pelo menos dois anos no setor financeiro.

Analistas do setor deram especial destaque à fraqueza do Bradesco nessa linha, em particular porque o Bradesco teve desempenho inferior à média do mercado.

O Banco Central anunciou nesta manhã que o estoque de crédito com recursos livres fechou março em 1,59 trilhão de reais, um acréscimo de 0,3 por cento em um trimestre e de 3,6 por cento em 12 meses.

Na terça-feira, o Santander Brasil havia anunciado lucro recorde no primeiro trimestre apoiado em especial na expansão de 9 por cento do estoque de empréstimos em 12 meses.

Analistas do BTG Pactual avaliaram que o lucro do Bradesco foi melhor do que o esperado, mas ponderaram que o crédito continua sendo um ponto negativo do balanço.

Em outras consequência dessa baixa evolução do crédito, a rentabilidade do Bradesco, embora tenha subido a 18,6 por cento, foi pela primeira vez menor do que a do Santander Brasil, cujo índice chegou a 19,1 por cento.

Na teleconferência com jornalistas, o diretor de relações com o mercado do Bradesco, Carlos Firetti, disse que a reversão de tendência do crédito nos próximos trimestres virá à medida que o banco expanda mais intensamente as operações com pessoas físicas e com pequenas e médias empresas.

Atualmente, quase metade do estoque de crédito do Bradesco está ligado a grandes empresas, justamente a que tem exercido a maior pressão sobre a qualidade da carteira, dado que várias delas enfrentam as consequências combinadas da recessão no país e da operação Lava Jato.

Momentaneamente, o Bradesco tem conseguido ser mais eficaz na melhora da qualidade da carteira, com o índice de inadimplência acima de 90 dias caindo pelo quarto trimestre consecutivo, a 4,4 por cento.

Com isso, a linha chamada PDD Expandida, que computa perdas com provisões previstas com calotes, incluindo baixa contábil de ativos, menos valores recuperados da cobrança, somou 3,89 bilhões de reais, queda de 26,3 por cento ano a ano.

“A previsão é que alcancemos a parte baixa do guidance de provisões para perdas nessa linha”, disse na teleconferência a diretora de relações com investidores do Bradesco, Denise Pavarina, referindo-se ao intervalo de 16 a 19 bilhões de reais.

Às 12:25, a ação preferencial do Bradesco negociada na bolsa paulista caía 0,46 por cento, enquanto o Ibovespa avançava 1,12 por cento.

(Por Aluísio Alves)

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