Conheço Washington Olivetto há décadas. Ele faz parte da primeira geração de publicitários brasileiros a ganhar status de celebridade e é dono de frases lapidares. Uma delas é: “Na publicidade, o médio e o correto se enquadram no conceito de malfeito”. Afastado do mercado há cinco anos e morando em Londres, ele esteve recentemente no Brasil para investir em sua nova carreira – a de entrevistador. A nova temporada de seu podcast (W/Cast) estará em breve disponível nas plataformas de áudio e também em vídeo no YouTube.
Desta vez, em vez de contar histórias memoráveis, ele irá entrevistar amigos tão famosos quanto ele, como Jorge Benjor, Lulu Santos, Mario Prata e Boni. Tem tudo para ser revelador e divertidíssimo.
Tenho apenas uma queixa a fazer: senti falta, entre os entrevistados, do Publisher Thomaz Souto Corrêa, um dos jornalistas mais inteligentes, argutos e inteligentes que conheci – e grande amigo de Olivetto. Thomaz e Olivetto, por sinal, são personagens de uma história que poderia estar no W/Cast. Ocorreu no início da década de 1980, quando os dois almoçavam com o jogador Sócrates no restaurante Rodeio.
Thomaz, então, pediu que se misturasse um ovo, tiras de presunto, cebola tirolesa, salsinha e um pouco de batata palha a uma porção de arroz branco. A mistura agradou e o dono do restaurante, Roberto Macedo, veio até à mesa provar a gororoba. Gostou tanto que resolveu incluir a receita no cardápio. Perguntou, então, qual era o nome do prato. Thomaz resolveu homenagear seu comensal: “Arroz Sócrates”. O “doutor”, porém, declinou. Foi então que Olivetto, olhando o dourado da batata palha, disparou: “Até que lembra os cachinhos do Biro-Biro”, referindo-se a outro jogador do Corinthians. O nome pegou na hora.
Curiosamente, Macedo nunca assumiu o epíteto sugerido no cardápio. Torcedor de outro time, não quis que um jogador corintiano estivesse em destaque no menu. Por isso, o nome oficial é “Arroz Rodeio”. Mas o que pegou para os paulistanos foi o “Biro-Biro.