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Por que a fila de brasileiros na imigração é maior que a dos estrangeiros?

Todos que já viajaram ao exterior já se depararam com a cena: ao se aproximar da imigração, os estrangeiros ficam mofando em uma fila interminável enquanto os cidadãos do país vão passando rapidamente pelas cabines dos aeroportos (benefício estendido geralmente aos membros da comunidade europeia e Japão, entre outros).

No Brasil, no entanto, o que se vê é algo completamente diferente, pelo menos em Guarulhos. Brasileiros enfrentam uma fileira que deixaria com inveja qualquer brinquedo novo da Disney, tamanha a aglomeração de pessoas. Como se não bastasse, após passar pelos agentes da Polícia Federal, uma surpresa espera os nativos: depois de pegar as malas, há outra linha de pessoas, desta vez para passar pela alfândega, que dá a volta no salão.

Pode-se argumentar que Estados Unidos e Europa são destinos turísticos e que, proporcionalmente, há muito menos cidadãos destas nações do que visitantes. Isso deve ser verdade. Mas o fato é que esses países do chamado Primeiro Mundo têm suas estruturas adequadas ao fluxo de seus habitantes – algo pensado para que o cidadão não perca tempo para ingressar no próprio país.

No Brasil, no entanto, o número de turistas que voltam ao exterior, especialmente no horário de pico, é desproporcional ao número de cabines com agentes ou maquinetas que fazem a leitura automática dos passaportes. Na semana passada, inclusive, havia fila dos corredores de desembarque. Os policiais federais seguravam o fluxo já nas galerias que antecedem a imigração. O propósito era não causar mais aglomeração no local gerido pela PF. O resultado desta intervenção pode ser visto na fotografia abaixo, tirada às 6:15 da última quinta-feira:

Este é o famoso perrengue chique, como se diz nas redes sociais, pois afeta somente quem viajou ao exterior. Ou seja, é um problema de quem tem dinheiro e acaba padecendo por algumas horas em um cenário de aparente desorganização. Portanto, um contratempo menor, que não mereceria maiores atenções.

Bem, esse pode ser apenas um sufoco exclusivo dos mais favorecidos. Mas se trata de uma questão fácil de resolver, com um investimento mínimo e não faria mal nenhum a ninguém. Deixar os turistas brasileiros sofrendo em uma fila desnecessária parece ser uma forma bastante distorcida de revanchismo social.

Além disso, os estrangeiros se mostram incrédulos ao observar o tamanho da fila dos brasileiros – e muitos entram nela, achando que é a reservada aos não-nativos. Quando percebem que sua fileira é menor que a reservada aos tupiniquins fazem uma expressão de assombro.

Pessoas se desesperam como a morosidade do processo e conexões são perdidas inutilmente. Se a coisa está absolutamente caótica agora, imagine no mês que vem, quando os Estados Unidos passarão a aceitar novamente turistas brasileiros devidamente vacinados em seu território. Um gargalo ainda maior vai acontecer. E ninguém parece se preocupar com isso.

Sou daqueles que se irritam facilmente quando certas pessoas falam mal do Brasil e dizem que determinados tipos de bagunça só podem ocorrer em nosso país. Já vi altas barbaridades também ocorrerem em países estrangeiros, especialmente os europeus de origem latina. Desorganização, burocracia e má vontade não são exclusividades brasileiras. Mas esse tipo de quizumba é algo que só se vê por aqui. Está mais que na hora de resolver essa balbúrdia.

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