Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Nunca houve um verão como o de 1942

No dia de hoje, 26 de abril, foi lançado no Brasil o filme “Houve uma vez no verão”. O ano era 1971, mas o filme mostrava o que havia acontecido com um jovem adolescente em julho de 1942, quando foi passar as férias na ilha de Nantucket, na região da Nova Inglaterra (trata-se do mesmo local onde tem início a trama do livro “Moby Dick”).

O jovem Hermie conhece uma mulher mais velha que ele (Dorothy, vivida por Jennifer O’Neill — imagem) e fica seu amigo. O marido de Dorothy está lutando na Segunda Guerra Mundial e ela passa boa parte do tempo sozinha. O filme conta as peripécias do menino na ilha, juntamente com seus dois colegas. Uma noite, ele chega na casa de Dorothy e ela está chorando. Em cima da mesa, há um telegrama informando a morte o marido. Os dois acabam dançando e… bem, o final desta cena é aquilo que vocês estão imaginando.

O filme é embalado pela trilha sonora magnífica do francês Michel Legrand, a quem eu tive o prazer de conhecer e ouvi-lo ao vivo em um casarão do bairro carioca do Cosme Velho onde morou o jornalista Roberto Marinho. O auge do recital, evidentemente, foi o tema de “Houve uma vez no Verão”, em versão cantada pelo próprio maestro.

Poucos sabem, mas a protagonista do filme, Jennifer O’Neill, nasceu no Rio de Janeiro e foi criada em Ipanema. Seu pai, Oscar, é de Porto Rico, mas foi criado como um carioca. E alistou-se, na Segunda Guerra Mundial, na Força Aérea americana, quando combateu os alemães a pilotando um B-17. Quando ela tinha treze anos, a família mudou-se para os Estados Unidos. Alguns anos depois, foi contratada como modelo e fez alguns papéis secundários em produções modestas de Hollywood. A grande chance viria com “Rio Lobo”, no qual contracenou com John Wayne e pavimentou seu caminho para o papel de Dorothy.

Vi pela primeira vez esse filme na televisão, com treze anos, altas horas da noite. Como o ritmo é lento, foi um desafio e tanto ficar acordado. Mas valeu a pena. Tanto que esse era um dos filmes favoritos do diretor Stanley Kubrick (em “O Iluminado”, um aparelho de TV mostra rapidamente uma cena de “Houve uma vez”).

O roteirista Herman Raucher disse que o filme foi baseado em suas próprias experiências quando adolescente. Quando percebeu o potencial da história, adaptou o próprio roteiro e lançou um livro antes do filme, que virou best-seller. Talvez seja um dos poucos casos na literatura de uma publicação que virou sucesso por ter sido adaptada de um roteiro – e lançada antes de sua estreia nos cinemas.

Neste aniversário de 54 anos no qual o filme foi lançado no Brasil, vamos brindar aos sonhos que todo o adolescente – como Herman Raucher – tem para o seu futuro. Eles são construídos em uma época que vão forjar memórias deliciosas na maturidade. Essa é a sina do ser humano: sonhar esperançoso com o amanhã e relembrar com saudade o que já passou.

Compartilhe

Comentários

Respostas de 2

  1. Este filme foi muito marcante pra mim. Não apenas pela bela história, com a qual me identifiquei muito (eu era adolescente e passava todos os verões na praia), como pela belíssima trilha sonora. Tema melódico inesquecível.

  2. Acho que nunca vi uma atriz tão bela como Jennifer O’Neill fiquei feliz em saber que ela nasceu no Rio de Janeiro posso falar que foi uma benção recebida, lindíssima.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.