Ontem (9), em “live” promovida pelo Itaú BBA, o ministro da Economia, Paulo Guedes, abusou mais uma vez da sinceridade. “Em vez de termos 200 milhões de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem, seis distribuidoras de combustíveis… em vez de sermos isso, vai ser o contrário. Teremos centenas, milhares de empresas”, afirmou o ministro.
Logo depois, talvez percebendo o teor da declaração num ambiente digital promovido por uma instituição financeira, Guedes ponderou que não estava criticando nenhum nome em particular. “Quando falo sempre que somos 200 milhões de trouxas com seis bancos, seis empreiteiras, seis isso, seis aquilo, eu quero muito mais enfatizar a importância da competição. Mercados pouco competitivos são menos convenientes para os consumidores”, disse.
(N.R.: a concorrência, de fato, é a base para um sistema capitalista eficiente e produtivo. Mas o clima empresarial agressivo às companhias, com um sistema tributário sufocante, também é um foco de problemas para o capitalismo sadio e acaba provocando a concentração de iniciativas empresariais.)
O ministro, finalizando esta etapa nos debates, salientou que os seis maiores bancos atuantes no Brasil nada fizeram de errado e que foram os que conseguiram sobreviver em um ambiente hostil aos negócios.