Empresa de cashback que tem como CEO Gabriel Loures faz história como a primeira de capital aberto no Brasil a investir largamente na criptomoeda
A plataforma Méliuz anunciou sua nova estratégia de tesouraria aprovada pelo conselho de administração, que inclui investimentos em Bitcoin (BTC). A empresa adquiriu 45,72 Bitcoins por aproximadamente US$ 4,1 milhões, a um preço médio de US$ 90.296,11 a unidade. Em fato relevante, a empresa informou que considera o Bitcoin um ativo estratégico de longo prazo e uma reserva de valor superior ao “dinheiro fiduciário” – moeda corrente. A companhia apontou que o real perdeu 87% de seu poder de compra desde sua criação em 1994, enquanto o Bitcoin teve uma valorização média anual de 77% em dólares nos últimos 10 anos.
O movimento agradou os investidores. As ações da empresa de cashback saltaram quase 30% no pregão de quinta-feira (6), quando do anúncio da companhia. No documento que detalha a nova estratégia, a Méliuz afirma que se inspirou na Strategy (ex-Microstrategy), que hoje é a maior empresa com BTC em caixa.
A Méliuz faz história como a primeira de capital aberto no Brasil a investir em Bitcoin. Liderada por Israel Salmen, presidente do conselho de administração e fundador, e o CEO Gabriel Loures (na imagem), o movimento foi escolhido como A Tacada da Semana de MR pela busca por força financeira por meio de uma criptomoeda a servir como reserva de valor atraente.
Outro fator é a volatilidade dos mercados de capitais e o impacto das altas taxas de juros no Brasil, o que reduz a atratividade dos investimentos tradicionais. A empresa informou que busca elevar o valor para os acionistas por meio da nova estratégia.
Mas nem tudo otimismo. A Méliuz reconhece que o investimento apresenta seus riscos, como a volatilidade do preço do Bitcoin e eventuais desafios regulatórios. Para isso, criará um Comitê Estratégico de Bitcoin, que será responsável por monitorar e garantir a segurança das transações. O conselho da companhia solicitou um estudo detalhado sobre a possibilidade de ampliar ainda mais a adoção da cripto como ativo significante de tesouraria.
Para contextualizar, empresas de capital aberto e fechado detêm mais de um milhão de Bitcoins em caixa, segundo o site agregador Bitcoin Treasuries. Praticamente a metade está com a Microstrategy, que conta com 499.096 BTCs, o equivalente a US$ 45,4 bilhões.