Figura de prestígio relâmpago no governo por sua postura no enfrentamento da pandemia do coronavírus, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, usou a coletiva sobre a liberação do uso da cloroquina para se defender.
“Saio daqui na hora que acharem que eu não devo trabalhar, o presidente achar, porque ele que me chamou, ou se eu estiver doente. Ou num momento que eu achar que esse período todo de turbulência já tenha passado”, disse.
Mandetta foi criticado por governadores por ter assumido, supostamente, uma postura subserviente em demasia quanto ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, que na noite de terça-feira (24) classificou a pandemia como uma “gripezinha”. Aliado de primeira hora de Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, declarou:
“Não posso admitir que venha um presidente lavar as mãos e responsabilizar outras pessoas pelo colapso econômico ou falência de empregos que amanhã venham a acontecer”.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, mirou direto em Mandetta, afirmando que ele “não tem legitimidade para permanecer [no cargo]”, pois foi claramente desautorizado pelo presidente.
Na coletiva, Mandetta defendeu a postura do presidente, que deseja relaxar o isolamento social como forma de fazer a economia girar.
“A gente precisa também pensar em tudo isso. Vejo nesse sentido a grande colaboração da fala do presidente”, disse.
Ele completou afirmando que alguns pontos precisam ser afinados na quarentena geral:
“Foi precipitado, foi desarrumado”.