O economista Roberto Campos Neto, indicado à presidência do Banco Central, foi sabatinado nesta terça-feira (26) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Campos Neto indicou que deve preservar a atual postura do BC na condução da política monetária. Ele elogiou a gestão de Ilan Goldfajn e disse que pretende manter o foco na inflação e assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda.
O indicado à presidência do BC se apresentou como um liberal e disse estar “alinhado” com a agenda do novo governo de ampliar espaços para a atividade privada. Ele afirmou que o Estado brasileiro precisa sair de cena ou reduzir “drasticamente sua atuação em diversas áreas”.
O economista também defendeu a aprovação das reformas econômicas, especialmente a previdenciária. Ele destacou que elas são cruciais para colocar as contas públicas em uma trajetória sustentável. “A estabilidade fiscal é fundamental para a redução das incertezas, o aumento da confiança e do investimento, e o consequente crescimento da economia no longo prazo”, afirmou.
Campos Neto falou ainda de dois projetos de interesse da autoridade monetária que devem ser analisados pelo Congresso Nacional: a fixação de critérios para o exercício de cargo de dirigente em instituições financeiras públicas e a lei de autonomia do BC. “A mudança (para autonomia formal), se aprovada, trará ganhos para a credibilidade da instituição e para a potência da política monetária, reduzindo o tradeoff de curto prazo entre inflação e atividade econômica e contribuindo para a queda das taxas de juros e o crescimento econômico”, completou.
Após cinco horas de sabatina, a comissão aprovou a indicação de Roberto Campos Neto.