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Problemas expulsam ‘riqueza intelectual’ do Brasil, diz especialista

A Hayman-Woodward é uma consultoria especializada em ajudar empresas e pessoas do Brasil que queiram emigrar para outros países.  Em 2017, a empresa cresceu 105%, depois de 200% no ano anterior. Para 2018, a projeção é crescer mais 200%. O destino de 80% das pessoas e empresas são os Estados Unidos. O resto é dividido entre Canadá, Austrália, Reino Unido e Portugal. Miguel Risch, advogado especialista em emigração e sócio da Hayman-Woodward, explica os motivos da alta nesta entrevista a MONEY REPORT.

O que explica o aumento na demanda pelos serviços de vocês?

No caso das pessoas físicas, dois motivos: o primeiro é o medo da violência. A insegurança tem levado as pessoas a querer viver em países mais seguros. O segundo é a preocupação com futuro do Brasil. Elas querem dar aos filhos e netos uma vida mais estável num país desenvolvido e com oportunidades de crescimento.

E no caso das empresas?

Aí é a insegurança jurídica, o excesso de burocracia e o sistema tributário. Nos Estados Unidos, é possível abrir uma empresa em 72 horas. Nós já chegamos a dar entrada num dia e no dia seguinte a empresa estava aberta no papel. No Brasil, o processo pode levar 30 dias. Nos Estados Unidos, há uma média de seis tributos aplicáveis ao setor empresarial. No Brasil, dependendo do tipo de negócio e localidade, pode chegar a 40. E nos Estados Unidos há mais liberdade em demitir, enquanto que, no Brasil, isso é muito problemático, já que impede a empresa manter apenas os melhores profissionais. No fim das contas, tudo isso gera um desestímulo muito grande ao empreendedorismo no Brasil. Quem consegue empreender é um herói.

O Brasil tem uma cultura de cartórios muito forte. Aqui temos que provar que somos inocentes. Como isso funciona nos Estados Unidos?

A cultura americana é totalmente diferente. No Brasil, de fato, quando afirmamos uma coisa, precisamos provar, senão ninguém acredita. Por isso é preciso ter cópias autenticadas de documentos e reconhecimento de firmas. Nos Estados Unidos, algo é tido como verdadeiro até que se prove o contrário. Mas, como a fiscalização é mais rigorosa, a tendência é as pessoas não faltarem com a verdade, ou terão problemas sérios. No fim das contas, o Brasil perde uma riqueza intelectual por conta de todos os problemas.

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