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Entenda como a indústria de PE cresceu 31% em um mês

Retomada da produção na refinaria Abreu e Lima e desempenho da Stellantis impulsionaram o desempenho do estado, que passa por uma recuperação acima da média nacional

A produção industrial de Pernambuco avançou 31,3% na passagem de março para abril de 2025, registrando o maior crescimento local em termos absolutos da série histórica do IBGE iniciada em 2002. O estado liderou a recuperação industrial no Brasil, sendo o principal impacto positivo sobre o total nacional, que teve alta de apenas 0,1% no mesmo período.

Além desse avanço significativo em abril de 2025, Pernambuco já havia demonstrado uma alta de 4,6% em sua produção industrial no acumulado de 2024, perante os 3,3% nacionais. A Região Nordeste, puxada por Pernambuco, cresceu 7,2%. O feito impressiona e é composto de fatores e retomadas locais que melhorarão a economia industrial local.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salto foi impulsionado pela retomada da produção em unidades industriais que estavam parcial ou totalmente paralisadas nos primeiros meses do ano. Entre os destaques está a refinaria Abreu e Lima, que havia enfrentado queda na produção em fevereiro e março devido à ampliação de capacidade, mas voltou com força em abril.

“Esse crescimento contribui, de certa forma, para o entendimento da permanência da indústria nacional no campo positivo, embora ainda haja fatores macroeconômicos que nos ajudam a compreender o comportamento de menor intensidade da indústria nacional no momento: a taxa de juros em patamares elevados, adiando as decisões de consumo por parte das famílias e moderando as tomadas de decisões por parte dos produtores; a inflação acelerada, cujos efeitos recaem diretamente sobre o consumo e a renda disponível das famílias; e as incertezas tanto no mercado doméstico quanto no internacional, impactando, negativamente, a produção industrial”, afirma Bernardo Almeida, analista da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgada nesta quarta-feira (11).

Fatores positivos
  • Refinaria de Abreu e Lima passou a operar com 50% a mais de capacidade;
  • Unidade da Stellantis puxou a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias em 1,3% em abril e acumula alta de 9,3% nos últimos 12 meses;
  • Alta de 20,1% na produção de derivados do petróleo e biocombustíveis;
  • Alta de 19,4% em veículos automotores em abril;
  • Alta de 10,9% na fabricação de produtos de borracha e material plástico;
  • Alta de 10,6% na fabricação de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos);
  • Alta de 10,6% no setor de produtos químicos;
  • Metalurgia teve alta acumulada de 3,3% em 12 meses.


O que anda em baixa
  • Retração acumulada de 20,5% nos últimos 12 meses fabricação de coque e derivados de petróleo;
  • Queda de 6,4% em abril na fabricação de bebidas, embora o crescimento em 12 meses seja de 5%.


“A refinaria passou a operar com 50% a mais de capacidade de refino, o que explica esse crescimento expressivo e tende a sustentar um bom desempenho nos próximos meses, impactando positivamente o PIB da indústria do estado”, explicou o economista Ecio Costa, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Outro fator decisivo para o resultado foi o bom desempenho da indústria automotiva, impulsionada pela fábrica da Stellantis, instalada em Goiana, na Zona da Mata Norte do estado. A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 1,3% em abril e acumula alta de 9,3% nos últimos 12 meses. “A Stellantis vem aumentando sua produção e tem contribuído significativamente para o desempenho da indústria local”, destacou Costa.

Além disso, o mês de abril também registrou crescimento em outros setores importantes: alta de 10,9% na fabricação de produtos de borracha e material plástico, e de 10,6% na fabricação de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos).

Recuperação sobre base baixa

Apesar do avanço expressivo, o economista alerta que o salto de abril também reflete uma base de comparação muito baixa, devido a quedas anteriores. “Esse crescimento em abril precisa ser entendido como uma recuperação. O estado vinha de quedas acentuadas. No caso da fabricação de coque e derivados de petróleo, por exemplo, ainda há uma retração acumulada de 20,5% nos últimos 12 meses”, ressalta.

Outros setores apresentam desempenho misto. A fabricação de bebidas, por exemplo, caiu 6,4% em abril, embora acumule crescimento de 5% em 12 meses. Já a metalurgia teve alta acumulada de 3,3% no mesmo período.

Contraste com o nacional

Apesar das ressalvas, o desempenho industrial pernambucano contrasta com a estagnação em boa parte do país. “A dinâmica da indústria pernambucana vem se sobressaindo em relação à indústria brasileira, que tem apresentado um crescimento mais fraco. Os novos investimentos aqui na região terminam fazendo a diferença para o crescimento do estado”, conclui Costa.

A expectativa é de que, com a continuidade da expansão da produção na refinaria, o fortalecimento do setor automotivo com a Stellantis e a recuperação do setor de coque e derivados de petróleo, Pernambuco mantenha o protagonismo no cenário industrial nacional.

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