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O Lula impopular de hoje pode vencer em 2026?

Sim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser reeleito em 2026, apesar da impopularidade crescente. Isso é possível por conta da imprevisibilidade que se cria com a polarização política, um fenômeno que faz os eleitores votarem contra um determinado candidato em vez de serem favoráveis a outro. Mas essa possibilidade está cada vez mais longínqua. A última pesquisa Quaest, divulgada ontem, mostra que 57% dos brasileiros desaprovam o presidente, consolidando uma tendência que surgiu na virada de 2024 para 2025.

Lula achou que iria virar o jogo quando trouxe o marqueteiro Sidônio Palmeira para coordenar a comunicação do governo. O presidente seguiu à risca as orientações de seu ministro e passou a dar várias entrevistas, além de adotar medidas que beneficiavam a camada mais pobre da população. Nenhuma dessas providências, porém, fez a curva de desaprovação mudar de trajetória.

A impopularidade do mandatário é alta até entre os jovens, que seriam os eleitores mais propensos a votar na esquerda. Entre aqueles que têm entre 16 e 34 anos, Lula é desaprovado por 60%. Mas mesmo entre os grupos que ainda têm simpatia pelo presidente a desaprovação está alta. No Nordeste, por exemplo, ele é aprovado por 54% dos entrevistados – mas conta com a reprovação de 44%.

Essa performance nos estados nordestinos é importante para analisarmos o que pode ocorrer em 2026. A vitória de Lula em 2022 ocorreu por pouco e se fundamentou em uma vitória por grande margem no Nordeste aliada a uma derrota pequena nos principais estados do Sudeste. Se no ano que vem Lula ganhar por uma distância menor nas urnas nordestinas, sua reeleição pode não ocorrer.

Essa possibilidade se torna mais real quando olhamos de perto para os números levantados junto aos eleitores sudestinos. Lula é desaprovado na região por 64% do eleitorado. Tal impopularidade geraria uma derrota significativa ao candidato do PT no próximo pleito e poderia enterrar de vez o desejo de reeleição.

Mas, como diria o jogador Didi, craque das seleções de 1958 e 1962, “treino é treino, jogo é jogo”. A pesquisa da Quaest é importante para traçar panoramas relativos à próxima eleição, mas não projeta um cenário definitivo para 2026. Muitos eleitores de esquerda estão insatisfeitos com Lula, mas podem votar nele em um segundo turno, dependendo de quem for seu oponente.

O grande desafio do presidente é reverter uma imagem negativa que parece ter vindo para ficar. O escândalo dos desvios no INSS contribuiu de vez para deixar os índices de aprovação do governo lá embaixo. E a estratégia do Planalto, de tentar creditar a culpa dos desvios a governos anteriores parece não ter surtido efeito. São 31 % dos brasileiros que colocam a responsabilidade do escândalo nas costas do atual governo, contra 8% que jogam a culpa na conta da gestão de Jair Bolsonaro. Essa lógica parece repetir os casos do Mensalão (que nesta semana completou 20 anos) e do Petrolão: embora outros partidos estivessem envolvidos nessas maracutaias, o PT acabou sendo a sigla mais identificada com as irregularidades.

Há duas perguntas que particularmente devem ter incomodado o Planalto: “Você acha Lula bem-intencionado?”. O número de brasileiros que respondeu “sim” a essa questão é maior que os que disseram “não”: 48% contra 46%. A segunda: este governo é melhor ou pior que o de Jair Bolsonaro? Para 44%, a atual gestão é pior, contra 40% que têm opinião contrária (13% acham os dois mandatos equivalentes e 6% não souberam responder).

É possível reverter essa percepção tão negativa? Difícil, muito difícil.

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