Nova alíquota afetaria patrimônios acima de US$ 2,5 milhões; proposta rompe com tradição republicana e enfrenta resistência no Congresso
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), propôs aumentar os impostos sobre grandes fortunas no país. A nova alíquota de 39,6% incidiria sobre patrimônios superiores a US$ 2,5 milhões, em substituição à atual taxa de 37%. A medida, segundo o Financial Times, rompe com a linha histórica do Partido Republicano e já enfrenta resistência dentro da própria base conservadora no Congresso.
A proposta de elevação da carga tributária sobre os mais ricos teria como objetivo financiar um novo pacote de cortes de impostos voltado para a classe média e trabalhadores. “Isso ajudaria a custear cortes de impostos massivos para as classes média e trabalhadora e proteger o Medicaid”, afirmou uma fonte próxima ao governo, em referência ao programa de assistência médica voltado a famílias de baixa renda nos EUA.
A discussão ocorre enquanto o governo tenta acelerar a tramitação de um novo pacote fiscal que ampliaria os cortes implementados por Trump em 2017, e que têm previsão de expirar em 2026. Apesar de ser uma prioridade econômica para o presidente, o plano foi momentaneamente eclipsado pela recente adoção de tarifas comerciais contra 185 países e blocos, medida que gerou uma nova onda de tensões no comércio internacional.
Entre os republicanos, há desconfiança sobre a viabilidade financeira do pacote. Além do aumento do imposto sobre fortunas, Trump também sugeriu eliminar o tratamento tributário preferencial concedido a lucros de fundos de hedge e private equity — uma medida que pode impactar duramente Wall Street.
Outra possível mudança em discussão é a elevação do chamado “limite SALT”, que atualmente permite a dedução de até US$ 10 mil em impostos estaduais e locais. A proposta é aumentar esse teto para US$ 30 mil, favorecendo principalmente proprietários de imóveis em estados com alta carga tributária.