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Salário de CEOs cresce 50% em 5 anos; dos trabalhadores, 0,9%

Relatório da Oxfam revela disparidade entre altos executivos e trabalhadores comuns entre 2019 e 2024

No Dia Internacional do Trabalhador, um relatório da Oxfam evidencia a crescente desigualdade na distribuição de renda global. Entre 2019 e 2024, a remuneração média de CEOs aumentou 49,7%, atingindo US$ 4,29 milhões em 2024. No mesmo período, o salário médio dos trabalhadores comuns subiu apenas 0,9% — um avanço 56 vezes menor.

O levantamento utilizou dados da plataforma S&P Capital IQ, abrangendo 1.984 empresas de 35 países, e considerou apenas executivos com ganhos superiores a US$ 1 milhão por ano. A análise incluiu salários, bônus, ações e benefícios, ajustados pela inflação com base no Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do FMI.

Enquanto os ganhos dos altos executivos dispararam, os salários da maioria permaneceram estagnados. “Estamos vendo uma concentração de riqueza no topo, enquanto o trabalhador médio luta para acompanhar o custo de vida”, alerta Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam Internacional.

Entre os países com os CEOs mais bem pagos estão Irlanda e Alemanha, com médias de US$ 6,7 milhões e US$ 4,7 milhões ao ano, respectivamente. Já o avanço nos salários comuns foi calculado com base em dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ponderados pelo PIB de cada país.

O relatório também destaca a desigualdade de gênero nos cargos de liderança: apenas 6,9% dos CEOs em empresas com receita acima de US$ 10 milhões são mulheres. A análise incluiu mais de 45 mil empresas em 168 países.

Desigualdade salarial no Brasil

No Brasil, a diferença de renda entre homens e mulheres aumentou, passando de 19,4% em 2022 para 20,7% em 2023. Para mulheres negras, a disparidade ultrapassa 50%, segundo Viviana Santiago, diretora-executiva da Oxfam Brasil.

A América Latina apresenta média de desigualdade salarial de 36%, acima dos 34% registrados no ano anterior. Em países como Japão e Coreia do Sul, a diferença chega a cerca de 40%.

Recomendações da Oxfam

Ao final do estudo, realizado em parceria com a Confederação Sindical Internacional (ITUC), a Oxfam defende maior tributação sobre os super-ricos e políticas que garantam a atualização dos salários mínimos conforme a inflação.

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